"Qualquer ato de agressão será objeto de uma resposta decisiva", garantiu o ministro da Informação
O ministro da Informação do Paquistão diz que a Índia avançou ter informações credíveis que a Índia pode lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas, escreve a agência Reuters.
Attaullah Tarar, o ministro da Informação do Paquistão, disse esta quarta-feira que o Paquistão tem informações credíveis de que a Índia pretende lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas.
"O Paquistão tem informações credíveis de que a Índia pretende lançar um ataque militar nas próximas 24 a 36 horas, usando o incidente de Pahalgam como um falso pretexto", disse Tarar numa publicação na rede social X.
"Qualquer ato de agressão será objeto de uma resposta decisiva. A Índia será totalmente responsável por quaisquer consequências graves em a região", acrescentou.
Recorde-se que a Índia e o Paquistão fazem parte do pequeno grupo de países, de todo o mundo, que têm armas nucleares. Segundo a CNN Brasil, o Paquistão possui cerca de 170 ogivas nucleares, enquanto a Índia terá aproximadamente 160 ogivas nucleares.
Num sinal das tensões extremas na região, o Paquistão anunciou esta quarta-feira que tinha "abatido" um drone de vigilância indiano, sem especificar a data do incidente, sobre o qual a Índia se manteve em silêncio.
A 22 de abril, vários homens armados mataram a tiro 26 pessoas na cidade turística de Pahalgam, na parte de Caxemira administrada pela Índia.
Antes mesmo de qualquer reivindicação, Nova Deli responsabilizou Islamabad pelo atentado, o mais mortífero em mais de 20 anos contra civis nesta região de maioria muçulmana.
O Paquistão negou imediatamente qualquer envolvimento e exigiu a realização de um “inquérito neutro”.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, garantiu, entretanto, ao Exército “liberdade operacional” para responder como quiser ao ataque que matou 26 pessoas na Caxemira indiana, indicou uma fonte governamental.
Numa reunião com os seus chefes de Estado-Maior, Modi repetiu que o seu país, que culpou o Paquistão pelo ataque, está “determinado em infligir um golpe decisivo ao terrorismo”, declarou a fonte governamental que solicitou o anonimato, citada pela agência de notícias francesa AFP.
Segundo a mesma fonte, Modi “disse às Forças Armadas que estas tinham a liberdade de decidir sobre os alvos, o momento e o modo da retaliação indiana ao ataque terrorista que vitimou civis em Caxemira”.
O chefe do executivo indiano “reiterou a determinação nacional em desferir um golpe decisivo contra o terrorismo e a sua total confiança na capacidade das Forças Armadas indianas” para o fazer, acrescentou a fonte.
As duas potências nucleares estão desde então em pé de guerra: os respetivos Governos multiplicaram as sanções diplomáticas recíprocas e os seus cidadãos foram convidados a abandonar o mais tardar do o território do país vizinho até final de abril.
Já em 2019, após um ataque mortal aos seus soldados, a Índia realizou um ataque aéreo em solo paquistanês, que retaliou.
O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, vai contactar os seus homólogos indiano e paquistanês pedindo-lhes que não escalem a situação, disse a sua porta-voz na terça-feira.
"Estamos a contactar ambas as partes e a pedir, claro, que não agravem a situação", disse Tammy Bruce aos jornalistas.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também apelou aos governos de Índia e Paquistão para que "evitem" que as atuais tensões bilaterais degenerem em confrontos, que poderiam ter “consequências trágicas”.
Guterres falou separadamente por telefone com o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar e "expressou a sua profunda preocupação com o aumento das tensões entre a Índia e o Paquistão", sublinhando” a necessidade de evitar um confronto que poderia ter consequências trágicas", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral.
O líder da ONU ofereceu também os seus serviços para "apoiar os esforços de desanuviamento", das tensões criadas pelo ataque mortal de há uma semana em Caxemira, pelo qual a Índia culpa o vizinho Paquistão.
Há várias noites que se regista fogo cruzado de artilharia ligeira entre soldados paquistaneses e indianos ao longo da “linha de controlo”, a fronteira ‘de facto’ que separa as zonas indiana e paquistanesa de Caxemira, segundo o Exército indiano.
Caxemira foi dividida entre a Índia e o Paquistão quando estes se tornaram independentes, em 1947. Mas os dois adversários continuam desde então a reivindicar a sua total soberania sobre a região.
Desde 1989, a parte indiana é palco de uma insurreição separatista que já fez dezenas de milhares de mortos.