Apesar do alívio, são claros: cuidado com alguns indicadores. E dizem quais
Raquel Duarte, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, propôs esta quarta-feira numa reunião do Infarmed - que juntou governantes e especialistas - que as medidas restritivas devem continuar a ser reduzidas e que tenham como sinais de alerta a taxa de internamento (Unidades de Cuidados Intensivos) e a tendência de crescimento (Rt).
"O que nós propomos é uma redução das medidas restritivas, mas que tenha sempre por base uma situação de precaução", explicou.
Tendo por referência a linha vermelha dos 255 internamentos em UCI, os especialistas propõem que, se for atingida a fasquia dos 70% dessa referência, ou seja, 179 internamentos em UCI e um Rt superior a 1, sejam aplicadas medidas restritivas a fim de contribuir para uma travagem precoce do respetivo impacto.
Raquel Duarte sugeriu que indicador de referência para os internamentos em UCI seja uma média a 5 dias.
O sétimo fator
Os especialistas recomendaram também tornar os autotestes acessíveis e gratuitos, sem esquecer as populações marginalizadas. Além disso, Raquel Duarte aponta também o uso do autoteste com possibilidade de validação por profissionais de saúde (remota ou presencialmente).
No passado, a estratégia assentava em seis pilares fundamentais: vacinar; promover a qualidade do ar no interior, distância; máscara; testagem; higienização. Agora, Raquel Duarte propõe um sétimo fator a ter em conta: a autogestão do risco.
Medidas como o controlo de fronteiras, controlo da qualidade do ar e a vacinação são recomendações que os especialistas mantêm.
Raquel Duarte defendeu também a redução da carga do Trace Covid na atividade dos médicos de Medicina Geral e Familiar, proporcionando mais dedicação aos doentes de maior risco que estão em isolamento.
A especialista apelou ainda à criação de planos de contingência que ofereçam aos serviços de saúde a flexibilidade para se adaptarem devidamente às necessidades emergentes.