Critérios já estão definidos. Portugal ainda mantém as máscaras no Carnaval mas pode já não usá-las na Páscoa. Veja é o que é preciso para que isso aconteça
Com perdão pelo jogo de palavras: os portugueses ainda vão passar o Carnaval usando máscaras, mas é possível que já estejam livres delas na Páscoa. É essa a previsão apresentada pelos modelos matemáticos apresentados pelo governo, segundo os quais faltarão cinco semanas para cumprir o critério de libertação. As máscaras poderão deixar de ser obrigatórias em espaços fechados no início de abril.
Esta é uma das últimas restrições em vigor, depois de o governo ter ontem aprovado em Conselho de Ministros a retirada de um conjunto de restrições, com o anúncio de cinco medidas que caem no combate à covid-19. Em conferência de imprensa esta quinta feira, a ministra da Presidência afirmou que todas as restrições de combate à covid-19 só podem ser levantadas quando o indicador de óbitos descer para 20 mortes por milhão de habitantes.
Portugal tem, atualmente, uma média a 14 dias de 63 mortes covid-19 por milhão de habitantes. Este número tem de ser reduzido em cerca de um terço, para que se possa passar a uma nova fase. Segundo dados apresentados esta sexta feira pelo Negócios, baseados em informação da população portuguesa e da DGS, tal significa atingir um critério de 15 mortes diárias durante duas semanas.
É possível? Já foi e não há muito tempo. Nos dias 1 a 5 de janeiro deste ano, Portugal teve uma média a 14 dias de precisamente 15 óbitos causados por covid-19. O número subiu depois, para a média mais recente de 45 mortes a 14 dias verificada ontem, 17 de fevereiro.
É o que pode ser visto no seguinte gráfico, desenhado pela CNN Portugal. A linha vermelha mostra a média a 14 dias dos óbitos desde o início da chegada da variante ómicron a Portugal, no início de dezembro do ano passado.
Saliente-se que a linha vermelha deste gráfico não são as mortes diárias, mas a média de óbitos verificada nos 14 dias anteriores de cada data.
O pico da quinta vaga da covid-19, marcada pela variante ómicron, aconteceu no final de janeiro, com o número de infetados a cair desde então. Também o número de óbitos começou a cair, mas já em fevereiro, até porque há uma distância temporal entre contágios e óbitos. Os níveis de letalidade desta variante foram muito menores do que os da terceira vaga, verificada um ano antes, no início de 2021.
Mantendo-se estas tendências, conclui-se pelas cinco semanas previstas pelo governo para atingir o nível de média de 15 óbitos a 14 dias. Isto aponta para o período de Páscoa, que este ano se celebra a 17 de abril. É possível, pois, que os alunos ainda usem máscaras nas escolas no último dia antes de irem de férias, a 8 de abril, mas já regressem às aulas a 19 de abril sem elas.
Para que isto se confirme, é necessário manter a tendência de descida de óbitos, acomodando os efeitos da retirada de restrições ontem anunciada.
