Melhor ou pior: segundo dia consecutivo acima dos 40 mil casos, mas restantes indicadores estão melhores que há um ano

13 jan 2022, 23:52
Melhor ou pior 13/01

Dados relativos aos internamentos e testagem continuam a mostrar uma evolução positiva da pandemia

Há exatamente um ano, o Governo decretava um novo confinamento, devido ao intensificar da pandemia. Naquele dia, morreram 156 pessoas vítimas de covid-19. Restaurantes, ginásios e barbeiros eram obrigados a encerrar. Tudo parecia voltar aos meses de março e abril de 2020.

Esta quinta-feira, Portugal registou o segundo dia consecutivo acima dos 40 mil casos. Após os 40.945 de ontem, há mais 40.134 infeções. No entanto, apesar de se verificarem muitos mais casos do que na mesma altura do ano passado, todas as restantes métricas mostram-se favoráveis ao atual momento da pandemia.

Ao compararmos as semanas de 6 a 12 de janeiro deste ano e de 2021, apercebemo-nos que a média diária de óbitos caiu 81% este ano face ao mesmo período do ano anterior. Também a média diária de internados caiu 60%, de 3.633 para 1.470. Por seu turno, os internamentos em cuidados intensivos reduziram-se 71%, de 547 para 158.

Os indicadores da testagem também apontam para uma melhor situação no início de 2022. Na semana que passou, fizeram-se cinco vezes mais testes do que no mesmo período de 2021, sendo a taxa de positividade inferior este ano em quatro pontos percentuais.

Pandemia menos grave

A CNN Portugal está a publicar esta análise sobre dados semanais para aprofundar a comparabilidade, evitando por exemplo comparar um dia de semana deste ano com um dia de fim de semana do ano passado. Fá-lo para medir não apenas valores absolutos, mas também para poder aferir sobre a gravidade comparada com o passado. Como vários especialistas têm apontado, a variante Ómicron, agora dominante, tem uma transmissibilidade muito elevada, mas o seu impacto é menor do ponto de vista do desenvolvimento de doença grave e da mortalidade, até porque este ano há uma larga cobertura vacinal em Portugal.

Estes indicadores mostram que a pandemia está mais alastrada, mas é menos grave nesta semana de arranque do ano do que no período homólogo.

Nota adicional: a relação entre internados e infetados é uma indicação, ressalvando-se que muitos podem tornar-se internados apenas algum tempo depois da infeção.

Recorde-se que os números de internados e em UCI são as médias em cada dia (não os novos internados ou os novos em UCI), seguindo-se a metodologia utilizada todos os dias pela DGS, que tem como utilidade medir a ocupação e a disponibilidade dos hospitais. Quando por exemplo se vê uma proporção de 4,3% entre internados e infetados, isso não significa que 4,3% dos infetados sejam internados, mas sim que face ao número de infetados comunicados nessa semana havia uma média de 4,3% de número de internados. São esses os critérios comunicados diariamente pela DGS.

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