Onde, quando, como, cuidados a ter: 8 factos que tem de saber para preparar a vacinação das suas crianças

10 dez 2021, 17:48
Graça Freitas e António Lacerda Sales na conferência de imprensa conjunta sobre a vacinação de crianças

Após dias de polémicas e incertezas, a Direção-Geral da Saúde e Governo esclareceram esta sexta-feira como vai decorrer a vacinação pediátrica em Portugal - que começa já a 18 de dezembro. A CNN Portugal compilou um guia para saber o essencial

1 - Calendário de vacinação

A partir de segunda-feira está aberto o agendamento para os pais inscreverem os seus filhos. Devem fazê-lo AQUI (o Governo ainda não atualizou este link e deverá fazê-lo nos próximos dias). O processo de vacinação das crianças desta faixa etária vai começar pelas crianças mais velhas, isto é, com 11 e 10 anos, “descendo progressivamente até aos cinco anos”, como, aliás, decorreu nas restantes faixas etárias.

Eis as datas de vacinação das crianças:

  • 18 e 19 de dezembro -  serão vacinadas as crianças entre os 11 e os 10 anos, “podendo também ser vacinadas algumas crianças com nove anos”, adiantou o secretário de Estado-Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales.
  • 6. 7, 8 e 9 de janeiro - será a vez das crianças entre os 9 e os 7 anos
  • 15 e 16 de janeiro - serão vacinadas as crianças entre os 6 e os 5 anos
  • 22 e 23 de fevereiro - serão vacinadas as crianças de cinco anos

Entre os dias 5 de fevereiro e 13 de março são administradas as segundas doses às crianças. 

2 - Crianças com comorbilidades são prioritárias na vacinação

Tal como aconteceu no processo de vacinação dos adultos, as crianças com comorbilidades são prioritárias na toma da vacina. Nestes casos apenas é necessária a apresentação de uma “prescrição médica” que comprove a existência de patologias, assegurou Lacerda de Sales, secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Para estas crianças, a vacinação decorre em modo casa aberta e nestes dias não haverá vacinação de adultos.

As comorbilidades de risco para covid-19 são as que estão definidas na norma 002/2021 da DGS para os 12-15 anos e incluem transplantação e imunossupressão.

3 - Crianças que tiveram covid-19 têm de esperar 90 dias. E cuidados a ter devido com as crianças que tiveram miocardite ou síndrome inflamatória multissistémica

As crianças que já tiveram covid-19 têm de esperar 90 dias para serem vacinadas contra a covid-19, disse Graça Freitas, explicando que os três meses de espera fazem parte da recomendação da Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19. As crianças que tiveram miocardite ou síndrome inflamatória multissistémica não devem tomar a vacina sem procurar o médico, pediatra ou cardiologista - sobre isto, saiba mais AQUI.

4 - Onde é que os pais podem levar as crianças para serem vacinadas

Os centros de vacinação vão apostar na promoção de um ambiente mais “tranquilo” nas zonas de espera e de recobro para receber as crianças, disse o coronel Penha-Gonçalves, que lidera a equipa responsável pela coordenação de vacinação para a covid-19.

Segundo Penha-Gonçalves, nos centros de vacinação vai acontecer uma “adaptação técnica” para os fins de semana reservados para a vacinação pediátrica, de modo a que nesses dias haja apenas vacinas para crianças e não para adultos, uma vez que a dose é diferente.

5 - Vacinação de adultos suspensa nos dias destinados à vacinação das crianças 

De modo a agilizar o processo de vacinação contra a covid-19 das crianças, António Lacerda Sales adiantou que a vacinação dos adultos ficará em pausa nos dias dedicados à vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos. 

6 - Incidência da Ómicron na faixa etária dos cinco aos 11 anos

Questionada sobre a incidência da nova variante Ómicron nas crianças desta faixa etária, Graça Freitas salientou que esta variante “transmite-se bastante bem”, pelo que “também se transmitirá entre crianças”. 

Contudo, acrescentou, "não há ainda evidências de que tenha um impacto em termos de gravidade”. “Aguardamos evidência científica mais robusta. Para já, temos 38 casos e duas situações identificadas - uma numa criança e outra num jovem", adiantou, explicando que estas situações ainda estão a ser identificadas.

Em relação à necessidade de eventuais novas medidas de restrição para prevenir o contágio da covid-19, numa altura em que os números de infeção e de óbitos têm registado uma tendência de crescimento, Graça Freitas adiantou que a definição de “medidas mais apertadas ou menos apertadas" dependerá do conhecimento de "todos os passos e de todas as sequências" da nova variante. 

Apesar de ainda não se saber qual a sua capacidade de transmissão, a responsável considerou que "tudo aponta que não vá ser uma variante com um grande grau de virulência".

7 - Ausência de sanções para crianças não vacinadas

Sobre o que vai acontecer a crianças que não são vacinadas, Graça Freitas defendeu que “não estão previstas sanções de nenhum tipo para crianças que não estão vacinadas”, tendo frisado que “nunca houve uma atitude discriminatória entre quem se vacina e quem não se vacina”.

Uma vez que a testagem é mais complicada nesta faixa etária, a diretora-geral da Saúde revelou que “as crianças desta idade não estão obrigadas a esta testagem [como acontece com os adultos não vacinados]”. No entanto, “os pais [das crianças não vacinadas] terão de ter teste [negativo] se forem com as crianças a algum sítio”.

8 - DGS e Governo reforçam que a vacina é segura

A Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde revelaram esta sexta-feira o calendário da vacinação contra a covid-19 destinado às crianças entre os cinco e os 11 anos. Minutos depois do final da conferência, a Comissão Técnica de Vacinação contra a COVID-19 lançou um documento sobre a vacinação pediátrica, onde se detalham vários aspetos relacionados com este processo.

Durante a conferência de imprensa, tanto a diretora-geral da Saúde, Graças Freitas, como o secretário de Estado-Adjunto e da Saúde, António Lacerda de Sales, destacaram a segurança e eficácia da vacina, tendo a diretora-geral da Saúde atirado a cartada da elevada taxa de adesão à vacinação por parte dos portugueses. “Em Portugal, a adesão à vacinação tem sido excelente e continuamos a achar que as pessoas têm confiança na vacinação”, disse a diretora-geral da saúde.

Graça Freitas assegurou que “a vacina é segura e eficaz para vários resultados possíveis", explicando que “quando as agências do medicamento, seja a EMA [Agência Europeia do Medicamento] ou FDA [Food and Drugs Administration, dos EUA], aprovam uma vacina para crianças há um cuidado extremo da avaliação dos dados”.

O que as agências fazem é analisar os benefícios e potenciais riscos e, quanto a esta relação, continuou a diretora-geral da saúde, “a EMA disse através dos ensaios, e estamos a constatar a nível mundial, que se verifica que a vacina é segura”, até mesmo “em termos de risco, reações adversas e graves (...) - em medicina costumamos dizer que usamos o princípio da não-maleficência”.

Graça Freitas deixou ainda claro que a vacina pediátrica “é eficaz para vários resultados possíveis, para não ter infeção e para proteger contra a doença grave”.

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