PAN vai pedir audição de MAI e IGAI após notícias sobre elementos da GNR e PSP

Agência Lusa , AM
18 nov 2022, 12:55
Polícia

Deputada única do PAN considerou que, caso as notícias se confirmem, esses atos “não só são de elevada gravidade, como devem ser investigados e levados até às últimas consequências”

A deputada única do PAN anunciou esta sexta-feira que vai pedir uma audição do ministro da Administração Interna e da IGAI após as notícias de que elementos da PSP e GNR terão publicado mensagens racistas e xenófobas nas redes sociais.

“O PAN irá pedir a audição do ministro da Administração Interna, a audição da inspetora-geral da Administração Interna (IGAI) e também dos representantes das forças policiais. Achamos que, para o restabelecimento da confiança dos cidadãos nestes órgãos de polícia criminal, é fundamental a informação, a transparência e o escrutínio”, declarou Inês de Sousa Real numa mensagem em vídeo enviada às redações.

A deputada única do PAN considerou que, caso as notícias que indicam que elementos da GNR e da PSP partilharam mensagens racistas e xenófobas nas redes sociais, se confirmem, esses atos “não só são de elevada gravidade, como devem ser investigados e levados até às últimas consequências”.

“Uma árvore não faz a floresta, sabemos que há homens e mulheres fortemente comprometidos com a sua missão e com a proteção de todas e de todos nós, mas, enquanto este episódio não for cabalmente esclarecido, irá pairar uma onda de suspeição que não é desejável nem saudável”, sublinhou.

No que se refere à dimensão política das notícias – segundo as investigações, mais de 75% dos 591 elementos das forças de segurança investigados pelos jornalistas mostram simpatias com o Chega, havendo alguns filiados no partido –, Inês de Sousa Real pediu a intervenção do Tribunal Constitucional.

“Achamos que isto merece a atenção do Tribunal Constitucional, porque não é aceitável que a nossa Constituição preveja que não podem haver agendas fascistas, racistas, xenófobas do ponto de vista político, e depois termos conhecimentos de factos desta natureza”, referiu.

O BE e o PCP também já requereram uma audição urgente do ministro da Administração Interna neste âmbito.

Um consórcio de jornalistas de investigação divulgou na quarta-feira uma reportagem de Pedro Coelho, Filipe Teles, Cláudia Marques Santos e Paulo Pena, na SIC, no Setenta e Quatro, no Expresso e no Público, que mostra que as redes sociais são usadas para fazer o que a lei e os regulamentos internos proíbem, com base em mais de três mil publicações de militares da GNR e agentes da PSP, nos últimos anos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já abriu um inquérito à queixa apresentada pela Direção Nacional da PSP relativa à publicação. Também a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) anunciou a abertura de um inquérito.

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