Pelo menos 156 feridos em confrontos entre palestinianos e polícia israelita em Jerusalém

Agência Lusa , RL-Atualizada às 12:26
15 abr 2022, 08:18

Testemunhas disseram que palestinianos atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com disparos de balas de borracha. Incidente ocorreu junto a um local religioso em plena Sexta-feira Santa

Pelo menos 156 pessoas ficaram esta sexta-feira feridas nos confrontos entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, disseram testemunhas e elementos das equipas de socorro.

O serviço de emergência do Crescente Vermelho palestiniano indicou ter retirado 59 feridos para hospitais.

Testemunhas disseram que palestinianos atiraram pedras contra a polícia, que respondeu com disparos de balas de borracha. Os confrontos ocorrem em plena Sexta-feira Santa, um dos feriados mais importantes da religião cristã.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita disse que dezenas de homens encapuzados, com bandeiras palestinianas e do movimento de resistência islâmica Hamas, no poder na Faixa de Gaza, entraram no local, ao início do dia, juntando pedras.

"A polícia foi forçada a entrar no local para dispersar a multidão e remover pedras", de acordo com uma mensagem das autoridades divulgada na rede social Twitter.

A Esplanada das Mesquitas, terceiro lugar mais sagrado do Islão, está localizada na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, setor palestiniano ocupado por Israel desde 1967, e palco de confrontos entre a polícia israelita e manifestantes palestinianos.

Na Esplanada situa-se a mesquita de Al-Aqsa, construída numa colina que é um dos locais mais sagrados dos judeus, o Monte do Templo. As autoridades esperam dezenas de milhares de palestinianos em Al-Aqsa para as orações muçulmanas.

A Jordânia administra a Esplanada das Mesquitas, onde se encontram a Mesquita de Al-Aqsa e a Cúpula do Rochedo, mas o acesso ao local, mesmo junto ao Muro das Lamentações, é controlado por Israel.

Pouco antes do início do mês do Ramadão (2 de abril) deste ano, funcionários israelitas e jordanos mantiveram conversações para evitar novos confrontos.

A violência em Jerusalém surgiu na sequência de uma série de ataques em Israel e de operações israelitas na Cisjordânia, outro território ocupado desde 1967 pelo Estado judaico.

Desde 22 de março, Israel foi atingido por quatro ataques, os dois primeiros perpetrados por árabes israelitas ligados ao grupo extremista Estado Islâmico e os dois últimos por palestinianos da região de Jenin, na Cisjordânia.

Pelo menos 14 pessoas foram mortas nestes ataques. Além disso, 21 palestinianos, incluindo atacantes, foram mortos em operações das forças israelitas desde então, de acordo com uma contagem da AFP.

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