93 cidades ultrapassaram em dez vezes os níveis recomendados. Portugal e a capital Lisboa aparecem no final das tabelas, ou seja, nos melhores lugares
Nenhum país conseguiu atingir os padrões de qualidade do ar definidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2021, avança a Reuters. Segundo a OMS, que recolheu dados sobre a poluição em 6.475 cidades em 117 países, houve regiões que aumentaram os níveis de poluição depois de uma descida, em 2020, relacionada com a covid-19.
Segundo o relatório da IQAir, empresa suíça de tecnologia de poluição que monitoriza a qualidade do ar, este ano foram recolhidos dados de mais 1.730 cidades do que no ano anterior e, apesar de alguns países terem piorado a situação, houve quem melhorasse. Foi o caso da China, que luta contra a poluição desde 2014, que atingiu o 22.º lugar, depois de em 2020 ter ficado em 14.º.
Já o Bangladesh mantém o lugar de país mais poluído, seguindo-se Chade, que teve pela primeira vez os dados inseridos nesta lista. As capitais destes dois países ficam em segundo e terceiro lugar nas mais poluídas do mundo, enquando Nova Deli fica no topo da tabela como a capital mais poluída do mundo.
Já Portugal aparece no 104.º lugar da tabela, enquanto Lisboa aparece no 90.º lugar das capitais.
No final da tabela, ou seja, nos melhores lugares, aparecem três territórios (e não países) que conseguiram ficar dentro da faixa que corresponde às diretrizes da OMS: Porto Rico (EUA), Ilhas Virgens Americanas (EUA) e Nova Caledónia (território francês).
Os piores países | Os melhores países | |||
1 | Bangladesh | 108 | Estónia | |
2 | Chade | 109 | Austrália | |
3 | Paquistão | 110 | Bahamas | |
4 | Tajiquistão | 111 | Granada | |
5 | Índia | 112 | Finlândia | |
6 | Omã | 113 | Saba | |
7 | Quirguistão | 114 | Cabo Verde | |
8 | Bahrain | 115 | Porto Rico | |
9 | Iraque | 116 | Ilhas Virgens Americanas | |
10 | Nepal | 117 | Nova Caledónia |
Já na tabela das capitais, encontram-se quatro cidades dentro dos padrões da qualidade do ar definidos pela OMS para 2021, o que poderá explicar os 3,4% de cidades que, segundo a IQAir, conseguiram ficar perto dos padrões de qualidade: Canberra, na Austrália, São João, em Porto Rico, Charlotte Amalie, nas Ilhas Virgens Americanas, e Noumea, na Nova Caledónia.
As piores capitais | As melhores capitais | |||
1 | Nova Deli, Índia | 98 | Wellington, Nova Zelândia | |
2 | Daca, Bangladesh | 99 | Estocolmo, Suécia | |
3 | N'Djamena, Chade | 100 | Talin, Estónia | |
4 | Dushanbe, Tajiquistão | 101 | Helsínquia, Finlândia | |
5 | Muscat, Omã | 102 | Nassau, Bahamas | |
6 | Katmandu, Nepal | 103 | São Jorge, Granada | |
7 | Manama, Bahrain | 104 | Canberra, Austrália | |
8 | Bagdad, Iraque | 105 | San Juan, Porto Rico | |
9 | Bishkek, Quirguistão | 106 | Charlotte Amelie, Ilhas Virgens Americanas | |
10 | Tashkent, Uzebequistão | 107 | Noumea, Nova Caledónia |
Depois de ter alterado as diretrizes em 2021, a OMS recomenda que a média anual de partículas pequenas e perigosas no ar, conhecidas como PM2.5, não ultrapassem 5 microgramas por metro cúbico. Segundo o relatório, 93 cidades ultrapassaram em dez vezes esses níveis.
"Há um grande número de países que estão a fazer grandes avanços para a redução. A China começou com números elevados e continua a diminuir ao longo do tempo. Mas também há sítios no mundo que estão a ficar significativamente pior", afirma Christi Schroeder, da IQAir.
Importa notar que, segundo o IQAir, no continente africano, apenas 13 dos 54 países tiveram dados suficientes de monitorização da qualidade do ar público, o que faz com que a maioria dos países não conste do estudo. Também vários países da região da América Latina e do Caribe carecem de dados.