Ministério público neerlandês pede seis anos de prisão para portuguesa que colaborou com o Estado Islâmico

7 fev 2022, 12:37
Familiares de soldados do Estado Islâmico na Síria (AP)

Ângela Barreto, de 26 anos, conhecerá o veredito final do tribunal daqui a duas semanas

O Ministério Público de Roterdão pediu seis anos de prisão para uma portuguesa de 26 anos, acusando-a de colaborar com o Estado Islâmico, desde o recrutamento de jovens até ao tráfico de armas.

De acordo com as autoridades, Ângela Barreto, agora com 26 anos, viveu no califado e foi casada com três líderes do Estado Islâmico (incluindo dois portugueses, Fábio Poças e Nero Saraiva), e foi uma das responsáveis por convencer jovens neerlandesas a juntarem-se ao grupo terrorista.

“Contribuiu para a morte de muitas vítimas que foram brutalmente assassinadas. Ela permaneceu lá até ao último suspiro do califado", afirmou o procurador no tribunal de Roterdão, citado pelo jornal De Telegraaf.

Ângela Barreto faz parte de um grupo de mulheres conhecidas como “noivas da jihad”. Mas, ao contrário de muitas outras, que se desiludiam à chegada ao califado, as autoridades neerlandesas consideram que a portuguesa nunca se arrependeu.

"Ela era uma verdadeira mulher do Estado Islâmico. Viajou com convicção para apoiar a luta armada na Síria”, diz também o procurador.

Em sua defesa, o advogado de Ângela afirma que a jovem vivia “num mundo de sonhos” e alega que tem responsabilidade reduzida. Em tribunal, a portuguesa confessou-se arrependida.

“Acho terrível o que fizeram. Estou envergonhada e peço desculpa a todas as vítimas”, disse Ângela Barreto.

O anúncio da decisão final está marcado para daqui a duas semanas.

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