Sánchez anunciou, esta terça-feira, as medidas e ajudas à população das zonas afetadas pela depressão DANA
Uma semana depois de a DANA ter arrasado Valência, os trabalhos de busca por desaparecidos continuam na região. O número de pessoas cujo paradeiro é desaparecido nunca foi revelado pelas autoridades.
"Ainda há pessoas desaparecidas por localizar, casas e empresas destruídas, soterradas pela lama e muitas pessoas a sofrer graves privações. Temos de continuar a trabalhar", afirmou o primeiro-ministro Pedro Sánchez, esta manhã, após a reunião do Conselho de Ministros, que aprovou um primeiro pacote de 10.600 milhões de euros em ajudas às populações e empresas afetadas dos 75 municípios afetados.
Segundo Sánchez, a região de Valência foi declarada "zona de catástrofe" e os meios foram reforçados de 7.300 para 14.898 efetivos em Valência, tendo já sido distribuídos mais de 95 mil litros de água e mais de 200 mil refeições. Apesar do reforço de meios, continua a haver "carências severas" entre a população e "desaparecidos por localizar".
O plano aprovado tem três fases: a primeira é a resposta imediata e urgente; a segunda a reconstrução das zonas afetadas; a terceira de relançamento para adaptar o território à emergência climática.
Existirá ainda um site para conhecimento de todas as medidas para os afetados, ativar ajudas diretas a cidadãos e empresas, como funcionou na altura da pandemia, até um valor de 830 milhões de euros (para receberem essa ajuda basta indicar o número de conta bancária e será transferido em menos de 30 dias).
“Com a menor burocracia possível e o mais rapidamente possível. Decidimos quadruplicar a ajuda pública prevista no Decreto Real 307 e torná-la universal para que possa chegar a todos os agregados familiares afectados sem limites de rendimento”, afirmou Sánchez.
Espanha iniciou já também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia e pediu a aprovação urgente no Parlamento Europeu de uma alteração aos regulamentos dos fundos de coesão, para os poder reprogramar e destinar à zona afetada pelas inundações, por estarem em causa um desastre natural.
Garagens esvaziadas por voluntários
De acordo com o El País, esta terça-feira, membros do Grupo de Resgate Especial de Intervenção em Montanha (GREIM) da Guardia Civil estão em Paiporta à procura de desaparecidos entre os destroços de um camião.
Ao mesmo tempo, a inspeção de garagens continua por Paiporta, através dos operacionais da Unidade Militar de Emergência e dos bombeiros, assim como de voluntários de várias organizações.
“Nada como ontem [segunda-feira], em que estávamos cheios de gente”, afirmou David Lladó, membro da Open Arms, organização que foi responsável por esvaziar vários parques de estacionamento e que se preparava para esvaziar uma garagem de dois andares onde acreditam que não há vítimas.
Em Letur, no entanto, o cenário é diferente. Na zona das Ramblas de Letur, onde continuam desaparecidas cinco pessoas, o Serviço de Atendimento e Coordenação de Urgências e Emergências 112 de Castilla-La Mancha confirmou a descoberta de restos humanos.
A descoberta terá acontecido na segunda-feira e a Guardia Civil está a analisar as partes encontradas para proceder à sua identificação.
Desde a ativação do Procedimento de Vítimas Múltiplas, de acordo com os últimos dados confirmados pelas forças e organismos de segurança neste momento, e a título provisório, o número de mortos mantém-se em 211 em Valência, 215 no total.