Patriarcado de Lisboa envia lista de padres suspeitos de abuso sexual. Ministério Público já abriu inquérito

14 set 2022, 11:18
Religião (Reuters)

Comissão Independente já tinha sido informada

O Patriarcado de Lisboa enviou para o Ministério Público (MP) uma lista com o nome de sete padres suspeitos de abusos sexuais contra menores. A notícia foi avançada pelo jornal Expresso. Ao que a CNN Portugal conseguiu apurar, o MP já abriu inquérito e já entregou a investigação à Polícia Judiciária. 

De acordo com o semanário, esta lista chegou às mãos do gabinete de Manuel Clemente por uma padre, que não quis ser identificado, que já tinha revelado à Comissão Independente as suspeitas que tinha sobre estes 12 sacerdotes, alguns deles ainda no ativo. 

Ao Expresso, o denunciante explicou que se tratava de "uma lista mais pequena, circunscrita aos padres de Lisboa", com os nomes e os dados dos tais sete clérigos suspeitos de pedofilia. "Se o Patriarcado de Lisboa quiser saber mais pormenores, pode perguntar-me, que estou disponível para prestar todas as informações que achar pertinentes", acrescentou. 

Contactado pelo jornal, o Patriarcado de Lisboa confirmou ter recebido e ter encaminhado para o MP toda esta informação. "A pedido da Comissão Diocesana de Proteção de Menores do Patriarcado de Lisboa, o padre ‘Cardoso’ [nome fictício] fez chegar um documento onde são referidos sete alegados casos, todos ocorridos há décadas. Desses, quatro são públicos, dois são atribuídos a sacerdotes já falecidos e um dos casos refere-se a um sacerdote que já não exerce o ministério." 

Questionado sobre se iria abrir ou reabrir alguma investigação canónica a estes sete casos, o Patriarcado garantiu que estão a ser analisados: "O documento está a ser analisado pela Comissão de Proteção de Menores e também foi entregue às autoridades civis competentes."

No último balanço, feito em 10 de julho, a Comissão Independente liderada por Pedro Strecht indicou que já tinham sido validados 352 inquéritos, tendo sido encaminhados para o Ministério Público 17 casos.

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