Taça: Benfica-Paços de Ferreira, 4-1 (crónica)

19 nov 2021, 22:41

Jackpot só chegou com as última moedas

Jorge Jesus teve de recorrer às fichas que deixou nos bolsos para ultrapassar o Paços de Ferreira e chegar aos oitavos de final da Taça de Portugal, com uma reviravolta no marcador. A equipa de Jorge Simão marcou primeiro na Luz e o treinador do Benfica teve de recorrer ao banco e ao prometido 4x4x2 para virar o marcador com quatro golos nos últimos quinze minutos. Grimaldo empatou com um livre que levantou o estádio e, ainda com os adeptos de pé, Seferovic virou o resultado. Já com os castores em nítida quebra, Rafa e Everton deram maior expressão ao marcador nos instantes finais e a Luz acabou em festa.

 O treinador não foi muito claro quando disse que ia apostar tudo neste jogo, uma vez que acabou por mexer em quase todos os setores, menos no ataque, mantendo intato o trio que desfez em pedaços o Sp. Braga no último jogo. A grande surpresa acabou por ser a titularidade de Gedson Fernandes no lugar de João Mário que nem foi ao banco num onze que contou ainda com André Almeida e Radonjic.

Jorge Jesus alcançou um número histórico no Benfica

Afastando-nos das peças no relvado, o Benfica, mais uma vez em 3x4x3, procurou repetir a mesma receita que tinha aplicado frente aos minhotos, com Grimaldo e Everton a colocarem a ala esquerda a bombar, abrindo caminho para a área dos castores, em velocidade, com rápidas combinações e uma grande agilidade nas desmarcações. No entanto, no lado contrário, a dupla Nemanja Radonjic, de volta à Luz depois da vitória com a Sérvia, com Rafa, foi bem menos efusiva, com um Antunes determinado em não deixar passar nada pelo seu lado.

Com as asas bem abertas, o Benfica, com elevada posse de bola, demorou alguns minutos a entrar num ritmo mais forte, mas, assim que conseguiu acelerar o jogo, pouco depois dos quinze minutos, as oportunidades sucederam-se em catadupa, com Vekic a deixar a sua marca bem vincada neste jogo com uma série de boas defesas. Darwin, lançado por Grimaldo, foi o primeiro a ter o golo nos pés, mas o guarda-redes esloveno, com uma boa mancha, disse que não ao uruguaio. Dois minutos depois, passe longo de André Almeida, Rafa dispara, controla com classe na área, mas remata ao ferro e desespera.

Agora sim, o jogo estava embalado e o Paços ia respondendo como podia, quase sempre de bola parada, mas com um meio-campo muito consistente a equilibrar a contenda. Numa dessas poucas oportunidades, num livre de Antunes, os castores também podiam ter marcado, numa série de remates na área do Benfica, o último dos quais de Lucas Silva, a passar muito perto do poste. Logo a seguir, nova oportunidade para a equipa a casa, na sequência de um canto, com André Almeida a cabecear em balão a rasar a trave.

Nos últimos dez minutos da primeira parte, o jogo abriu-se por completo, com oportunidades claras nas duas balizas. Helton Leite teve de sair de entre os postes para anular uma oportunidade flagrante de Lucas Silva, mas era Everton que continuava endiabrado sobre a esquerda e o brasileiro acabou por proporcionar mais uma grande defesa a Vekic depois de uma rápida combinação com Rafa. O intervalo chegava ainda com o resultado em branco, mas os golos estavam perto, já era possível sentir-lhes o cheiro.

O Benfica procurou entrar novamente em força e Radonjic até conseguiu fazer um brilharete diante de Antunes, sobre a direita, mas logo a seguir o internacional sérvio agarrou-se à coxa e teve de abandonar o jogo. Entrou Lázaro, mas o Paços aproveitou o momento em que o adversário ainda procurava recompor a sua ala direita para chegar ao golo. Lucas Silva, lançado por Antunes, arrancou pela esquerda em velocidade e cruzou para a área. Vertonghen cortou com a ponta da bota para a entrada a área onde surgiu Nuno Santos, sem cerimónia, a marcar com o pé esquerdo. O jovem médio, cedido pelo Benfica, não festejou.

O alarme soou na Luz e Jorge Jesus reagiu de imediato, reconstruíndo a equipa em 4x4x2, como tinha sugerido na antevisão, com as entradas de Pizzi e Taarabt, abdicando de André Almeida e do apagado Gedson. O Benfica apertou o cerco, já com o Paços em modo mais defensivo e Darwin voltou a estar muito perto do golo. Pizzi picou a bola para a área e o uruguaio, de costas para a baliza, desviou de cabeça, com a bola a sobrevoar Vekic, mas a ir caprichosamente à trave. Não era noite de Darwin.

Avalanche vermelha nos últimos quinze minutos 

Jesus perdeu a paciência e, a quinze minutos do final, arriscou tudo, lançando mais dois avançados, Seferovic e Gonçalo Ramos, para a contenda. Tudo montado para o assalto final, mas o empate chegou através de um míssil teleguiado de Grimaldo. Um grande golo do lateral espanhol, na marcação de um livre, a colocar a bola na gaveta a longa distância e a levantar as bancadas em uníssono. Estava reaberta a festa na Luz com os adeptos quase todos de pé.

Nesta altura, o Benfica parecia estar em vantagem numérica no relvado, lançado para a frente com muitas unidades, bem apoiado pelas bancadas diante de um Paços que foi encolhendo, encolhendo, encolhendo, até Seferovic desfazer o empate, a oito minutos do final, na sequência de um grande passe de Adel Taarabt. A perder, o Paços perdeu definitivamente a boa consistência que tinha revelado até esse momento e o Benfica ainda marcou mais dois golos golo, com Rafa também a festejar finalmente, recompondo-se da oportunidade que o ferro lhe negou na primeira parte.

Faltava apenas um golo de Everton, por tudo que o brasileiro tinha feito na primeira parte, mas ainda houve tempo para Cebolinha também festejar, a passe de Seferovic, mesmo a fechar o jogo.

Depois de um susto, o Benfica reagiu em força e acabou por encontrar o jackpot.

Confira também os destaques deste jogo

Relacionados

Benfica

Mais Benfica

Patrocinados