Jorge Simão garante que «jejum» do Paços «não causa desespero»

3 mar 2016, 16:47
Jorge Simão (Lusa)

«Castores» já não vencem desde 11 de janeiro, mas treinador quer quebrar série negativa na receção ao Marítimo

Jorge Simão, treinador do Paços de Ferreira, manifestou-se «preocupado» com a sequência de resultados dos «castores» que já não vencem desde 11 de janeiro, admitindo que a sua equipa está a ser vítima do seu próprio sucesso.

A verdade é que o Paços não venceu nenhum dos últimos nove jogos que realizou [sete jornadas na Liga] e, na conferência de imprensa de antevisão à receção ao Marítimo, Jorge Simão admitiu que esta sequência negativa representa «desconforto», mas «não causa desespero», lembrando que adversários diretos já passaram por ciclos semelhantes.

«Três equipas neste momento à nossa frente, como Arouca, Rio Ave e Vitória de Guimarães, já passaram por ciclos parecidos. O Guimarães, por exemplo, esteve onze jogos sem ganhar. A minha intenção não é justificar este ciclo, porque me compete encontrar soluções, mas este é um clube que projeta jogadores e, também, treinadores e é importante perceber que estas fases podem acontecer», comentou.

O técnico pacense analisou, depois, a dimensão das derrotas, para dizer que «aquele resultado que pode ser considerado realmente mau foi a derrota caseira diante do Boavista [0-1]». «Das quatro derrotas, aquelas com Benfica e Sporting [ambos por 1-3] são praticamente comuns à maioria das equipas. Depois, na história, apenas uma vez o Paços ganhou no terreno do Nacional e, por isso, essa derrota, de certa forma, acaba por ser normal. Relativamente aos empates, foram conseguidos nos redutos da Académica, Rio Ave e Arouca, em que até estivemos a ganhar, e acabam por ser positivos», sublinhou.

O técnico pacense lembrou, «com serenidade», que «o objetivo da permanência já foi alcançado» e questionou: «Mesmo atravessando este ciclo [menos positivo], quantas equipas não gostariam de estar nesta situação?».

Jorge Simão foi mais longe na análise e acabou mesmo por referir que «o Paços está ser vítima daquela primeira volta fantástica», sem com isso se desmarcar do desafio inicial e partilhado por todos de alcançar os 48 pontos, lembrando que «há 17 pontos por conquistar em 10 jogos».

«As coisas não acontecem por acaso. Completo amanhã [sexta-feira] 34 jogos na Liga, o equivalente a um campeonato completo e, neste percurso, contribuí com a minha equipa técnica para o apuramento do Belenenses para a Liga Europa e para uma das melhores primeiras voltas do Paços», referiu.

Simão recusou falar em «sabor amargo» face ao que a que a equipa fez na primeira volta, remetendo a avaliação e balanço para o final da época, sem abdicar do objetivo dos 48 pontos. «A minha linha de raciocínio na fase boa apontava aos 48 pontos e, nesta fase de alguma turbulência, também não me desvio dessa meta e reafirmo que queremos lutar até onde for possível por esses 48 pontos», insistiu, sem relacionar esse objetivo com uma eventual qualificação europeia, alargada ao sexto lugar, depois de apurados os finalistas da Taça de Portugal [FC Porto e Sp. Braga].

O Paços garantiu atempadamente a inscrição que lhe permite aproveitar um eventual apuramento para uma prova europeia, mas, no imediato, tem de garantir pontos, a começar com o Marítimo, na abertura da 25ª jornada, esta sexta-feira. «[O Marítimo] É uma equipa que vem na sequência de dois jogos com vitórias. Tem um treinador experiente, conhecedor das dificuldades deste campeonato, e astuto, mas espero que o Paços seja aquela equipa capaz de expressar a sua identidade e associe a isso um resultado positivo», afirmou Jorge Simão, na única referência ao embate com o Marítimo.

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