Vai comprar ovos para o Natal? "Falhas momentâneas" nos supermercados estão a ser repostas, "mas não ao ritmo que gostaríamos"

22 dez 2022, 14:41
Ovos

É um dos produtos mais procurados durante a quadra natalícia, mas, garante o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, as "falhas momentâneas" de stock em alguns super e hipermercados não são "motivo para alarme"

Os típicos doces de Natal não estão em risco, mas pode haver algumas surpresas quando for comprar ovos ao supermercado para preparar os jantares e os almoços da quadra. Quem o assume é Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), sublinhando que “há aparentes falhas de stock momentâneas que estão a ser repostas, mas não ao ritmo que gostaríamos”.

As queixas que chegaram à CNN Portugal de escassez de ovos nas prateleiras dos super e hipermercados surgem após vários produtores terem avisado, em novembro, que estava prevista uma escassez para o final deste ano. Isto porque os meses de inverno são deficitários na produção nacional e a importação de Espanha está cada vez mais difícil por causa do preço elevado.

A CNN Portugal tem vindo também a receber denúncias de clientes de hipermercados a quem lhes é limitado o número de ovos que podem comprar. O diretor geral da APED admite que tal prática esteja a acontecer, mas que “é permitida para fazer face ao excesso de procura e para evitar o açambarcamento”. “Já o fizemos em abril quando houve alguma irracionalidade em torno da procura por óleo de girassol, é perfeitamente legítimo e admito que isso possa estar a ser feito”, sublinha.

Porém, Lobo Xavier afirma à CNN Portugal que “não há motivos para alarme”, sublinhando que a falta de ovos em alguns super e hipermercados devem-se essencialmente a uma maior procura por causa da quadra natalícia, mas também porque, devido à inflação e à perda de poder de compra, várias famílias portuguesas estão a substituir o consumo de carne e de peixe por ovos, uma proteína mais barata. 

Os retalhistas têm sentido esse aumento da procura dos ovos não só pela sazonalidade, mas também porque houve claramente uma substituição de proteínas como a carne e o peixe pelos ovos”, afirma. 

Aliado a isto, acrescenta o responsável pela APED, “há cerca de dois meses” houve alguns focos de gripe das aves que afetaram a produção de alguns fornecedores, que só agora está a começar a ser normalizada. “Tivemos a perda de um conjunto de animais suficiente para perturbar o normal fornecimento de um ou dois produtores”, garante.

 

Os focos surgem num momento em que a Europa está a atravessar a maior epidemia de sempre de gripe das aves, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Dados divulgados por este centro europeu apontam para um total de 2.467 surtos em aves de capoeira, 48 milhões de aves abatidas nos estabelecimentos afetados e 187 deteções em aves de cativeiro.

Em Portugal, de acordo com Jorge Cid, bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, já foram identificados desde o ano passado mais de 30 focos de gripe aviária de alta patogenicidade do subtipo H5N1 em aves domésticas e selvagens.

Ainda assim, relativamente ao risco de falta de ovos para a preparação do Natal, Gonçalo Lobo Xavier afirma que “o problema está resolvido”.

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