"Parece ovo, cheira a ovo, sabe a ovo, mas não é ovo": empresa portuguesa cria ovo 100% vegetal

Agência Lusa , JGR
24 abr 2022, 10:08

Objetivo é dar ao consumidor um produto "semelhante ao ovo e que não vai, de certeza absoluta, deixar saudades do ovo original da galinha”

Uma empresa portuguesa da área da investigação e desenvolvimento alimentar criou um ovo 100% vegetal, que pode ser usado na alimentação ou na indústria pasteleira, mantendo o sabor e o aroma do ovo tradicional das galinhas.

“Mimetiza o ovo, no seu sabor, no seu aroma, na sua nutrição. Conseguimos criar um produto 100% a partir de extratos vegetais, que faz ovos mexidos deliciosos, faz boas omeletes e tem utilização em padaria e pastelaria”, disse à agência Lusa Daniel Abegão, administrador e responsável técnico do CFER – Centre for Food Education e Research, localizado em Alcobaça, distrito de Leiria.

Criado a partir da soja – planta que possui “propriedades físico-químicas que lhes permitem substituir o ovo e imitá-lo, também em termos da sua forma de confeção” - incorpora outros extratos vegetais, resultando num produto “que parece ovo, cheira a ovo, sabe a ovo, mas que não é ovo”, explicou Daniel Abegão.

“Permite dar ao consumidor final, seja vegetariano ou apenas adepto de uma alimentação mais saudável e mais sustentável, um produto semelhante ao ovo e que não vai, de certeza absoluta, deixar saudades do ovo original da galinha”, afiançou.

O ovo vegetal ainda não está no mercado, mas, segundo Daniel Abegão, estará “ainda no primeiro semestre deste ano”, depois de “mais de cinco anos de investigação e desenvolvimento”.

“Estamos, neste momento, a terminar a implementação industrial do projeto [em fábricas parceiras com as quais o CFER trabalha], a estudar os últimos detalhes técnicos, para o lançarmos muito em breve no mercado nacional e internacional”, revelou o responsável técnico, formado na Universidade de Coimbra em bioquímica e química industrial.

O ovo vegetal tem já clientes interessados na Europa, em África e nos EUA e Brasil.

“Acreditamos que vai, certamente, ter muito sucesso, pelo trabalho que deu a desenvolver, e para conseguirmos ter um produto final estável e saboroso”, notou.

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