«Os Nazarenos»: clube e presidente vão ser julgados por tráfico de pessoas

28 jul 2022, 16:15
Genérica (futebol)

Outros dois arguidos também irão a julgamento

O presidente do Grupo Desportivo «Os Nazarenos» e o próprio clube vão a julgamento por 17 crimes de tráfico de pessoas, dois dos quais agravados, e 17 crimes de auxílio à imigração ilegal.

Outros dois arguidos também serão julgados em Leiria.

Segundo refere o despacho da acusação, ao qual a Lusa teve acesso, o presidente João Zarro foi abordado entre março e abril de 2018 pelos dois arguidos estrangeiros, «empresários da área do futebol», a fim de criar um plano para «obter proventos económicos através do aliciamento de jogadores de futebol de nacionalidade brasileira e peruana que pretendessem jogar futebol, a nível profissional, na Europa».

De acordo com o Ministério Público (MP), os dois agentes abordaram jogadores naqueles países, “prometendo-lhes boas condições de trabalho, de alojamento, de alimentação”, assim como o tratamento das questões logísticas da transferência internacional e a legalização em Portugal, “a assinatura de um contrato de trabalho e um bom salário, com a promessa de uma transferência para outros clubes de maior importância a nível nacional e internacional.

O plano passava ainda por inscrever os jogadores no emblema da Nazaré.

O MP adianta que o presidente e os dois agentes providenciaram “pela elaboração de contratos de trabalho e de promessas de contratos de trabalho”, para dar aparência de legalidade, documentos necessários para instruir os “pedidos de concessão excecional de autorização de residência” no país. Foi também elaborada uma carta-convite em nome de “Os Nazarenos”, para atestar no controlo de fronteira aérea a regularidade e permanência em Portugal dos jogadores.

O caso, refira-se, foi tornado público em março de 2019 pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas «Os Nazarenos» negaram que a direção do clube fizesse parte do esquema.

O julgamento ainda não tem data marcada.

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