REVISTA DE IMPRENSA | Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos diz que apagão da passada segunda-feira deixou a nu uma fragilidade no setor, deixando críticas à falta de estratégia
“Se o apagão tivesse durado 24 horas, 48 ou 72, como inicialmente se previa, haveria um corte no fornecimento dos medicamentos”. As palavras são do bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota Filipe, que, em declarações ao Diário de Notícias (DN), denuncia a falta de uma reserva estratégica nacional de medicamentos.
Apesar de fazer um balanço “positivo” da gestão farmacêutica durante o apagão, o bastonário não deixa de alertar para a eventualidade de acontecer o oposto. Mota Filipe diz ainda, em tom de crítica, que o setor farmacêutico “não integra plano de contingência da Saúde” e que situações complexas como o apagão de dia 28 podem comprometer tanto a produção como a distribuição de fármacos.
Se o apagão tivesse durado mais do que as 11 horas que durou, diz, “as situações que agora conseguiram ser bem geridas, tornavam-se mais problemáticas”, uma vez que “houve dificuldade no acesso às receitas eletrónicas e só através do guia de tratamento que muitos doentes trazem foi possível vender medicamentos”.
Para Mota Filipe, “as coisas correram bem”, mas é preciso melhorar em muitos aspetos. “Há muita margem de progressão no sentido de se melhorar a forma como o país está organizado para responder a situações como a do apagão”, diz, deixando no ar um exemplo: “Imagine que era um terramoto, como é que o país iria responder na área do medicamento?”.