A confirmação foi dada por André Ventura aos jornalistas, esta terça-feira
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, esta terça-feira, perto do final do debate da generalidade, o líder do Chega anunciou que o seu partido vai votar contra o Orçamento do Estado para 2026, enumerando três razões que considera "essenciais".
André Ventura começou por apontar o facto de o Governo "não ter dado garantias" de que não aumentaria "a pressão fiscal sobre as famílias e sobre as empresas". "Este é um ponto que, para nós, pesa bastante e de forma muito significativa", defende o dirigente.
"Segundo as nossas contas e pelos cálculos que fazemos, vamos ter um aumento de receita fiscal na ordem dos três mil milhões de euros, o que significa que o Governo vai continuar a arrecadar impostos das famílias e das empresas para continuar a sustentar uma máquina gigantesca do Estado".
O fim do desconto sobre os combustíveis também é levantado pelo presidente do Chega, que diz que o Governo se mostra "irredutível" e não o irá impedir. "O preço dos combustíveis em Portugal está elevadíssimo e não devemos patrocinar um aumento ainda maior, mas o Governo não concorda com isto".
Embora, segundo André Ventura, parte das razões apresentadas pelo Executivo sejam de "natureza europeia", o partido afirma discordar profundamente, servindo-se do exemplo do "caso espanhol" e "outros na União Europeia". "Nós devíamos fazer frente à Europa nisto, porque estamos a pagar muito de impostos", conclui.
Outro "ponto senvível" referido prende-se "com determinados setores da população que têm sido especialmente abandonados", entre eles a Saúde e as forças de segurança, refletindo "um país que está doente e que não consegue saír da mesma cepa torta em que está".
Por fim, André Ventura diz convicto à comunicação social que "tem a razão do seu lado", no que concerne a "tudo o que o Governo está a anunciar em matéria de IRS": "Os portugueses vão senti-lo na pele no próximo IRS que fizerem" e "quando tiveram que pagar aquilo que não pagaram nas taxas de retenção ao longo do próximo ano".
"O que se retira deste orçamento é que o orçamento que temos para 2026, sem nenhum âmbito partidário, é estarmos a dar com uma mão e estamos a tirar com a outra às pessoas", remata.