Segurar Ruben Amorim é bullying e perda de tempo

30 out, 19:00
Ruben Amorim na conferência de imprensa de antevisão ao Sporting-FC Porto, da Supertaça (MANUEL DE ALMEIDA/Lusa)

«DRIBLE DA VACA» - Opinião de Bruno Andrade

Frederico Varandas tem esticado a corda: quer segurar Ruben Amorim por mais três jogos (Estrela da Amadora, Manchester City e Sp. Braga). Está a defender os interesses do Sporting. Não recrimino. Porém, ao tentar tapar um buraco, vai escancarar um rombo muito maior.

Se ainda houvesse alguma dúvida, a constrangedora conferência pós-vitória frente ao Nacional em Alvalade deixou evidente que não há mais clima (dentro e fora do clube) para a permanência do maior treinador da história leonina. 

Com o irrecusável Manchester United (ainda) à espera, Amorim logicamente quer sair. E quer sair o quanto antes. A estratégia do presidente dos leões de prolongar a estadia do técnico é um erro crasso.

A falha começa logo na exposição desnecessária da imagem do técnico, que, daqui para frente, não tem mais nada a ganhar. Zero. É praticamente uma espécie de bullying público. Nas ruas. Nos estádios. Nas entrevistas. Quem sabe até nos livros de história. 

O relógio (leia-se: tempo de trabalho) é outro ponto fundamental. O sucessor João Pereira precisa o mais rápido possível assumir as rédeas da equipe. Do ponto de vista tático e, não menos importante, psicológico.

Segurar agora Ruben Amorim é obviamente atrasar o processo. É querer viver preso no passado, quando, na verdade, o presente e o futuro deveriam passar por uma assimilação imediata da troca no comando técnico, especialmente por parte dos (incomodados) jogadores.

Mostrar quem manda nem sempre tem a ver com aquele que grita mais alto ou tem a última palavra. Às vezes, só às vezes, o mais sensato é aceitar a derrota e seguir em frente. É sabedoria.

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