Varandas, Rui Costa e Pinto da Costa são <s>feios</s> e <s>gordos</s>

3 mar 2023, 12:39
Varandas, Rui Costa e Pinto da Costa (montagem)

«Quem é que defende?», o espaço de opinião de Sofia Oliveira no Maisfutebol

Desta vez, para a tradicional luta na lama, Frederico Varandas escolheu “este condicionalismo que os árbitros têm”, que cai sempre bem no seu tom de pele; Rui Costa optou pelo “fizemos de tudo para continuar nesta taça e não nos deixaram”, um clássico inabalável; Enquanto Pinto da Costa, preferiu a irreverência, tendo pousado num “acabem com o VAR”. O que é que estes três modelitos têm em comum? Todos decidiram passear a sua formosura após derrotas dos respectivos clubes.

O presidente do Sporting insurgiu-se contra a arbitragem depois de perder a final da Taça da Liga, o presidente do Benfica insurgiu-se contra a arbitragem depois da eliminação da Taça de Portugal e o presidente do FC Porto insurgiu-se contra a arbitragem depois do desaire frente ao Gil Vicente.

São estes gordos com os vestidos a rebentar pelas costuras que andam a ser alimentados com açúcar pelos fanáticos e pelos pseudo-equilibrados detentores da conta do Twitter SóFutebol1904 e do blog PazNaBola1906. Gordos e feios cuja frase favorita para rematar discursos populistas mais vazios do que  a crónica do Rogério Casanova sobre as alterações aos livros de Roald Dahl é “contra tudo e contra todos”, repetida até à exaustão por treinadores e jogadores, que nos seus contratos são proibidos pelas entidades patronais de concederem entrevistas a explicar sistemas tácticos, mas pouco se preocupam em formular uma alínea que os proteja de se tornarem marionetas dos Franciscos J. Marques e dos Miguéis Braga desta vida.

Claro. Claro que quando a fumaça pousa, guardam os modelitos carregados de lama e se aperaltam para falar com o órgão de comunicação social que, segundo a GoalPoint, menos vezes referiu quão anedótico foi vender Francisco Conceição por 5 milhões ou questionou o salário pago a Meïté, um atleta que nunca teve qualidade para representar o Sport Lisboa e Benfica, soltam a inocente “fala-se pouco de futebol em Portugal”. Pois se fala, mas esperem até ver o pouco que se joga. Aliás, ultimamente, a história dos jogos mais procurados para transmissões estrangeiras (dérbis e clássicos) tem feito corar de vergonha os fundadores da WWE.

Não há inocentes, aqui. O estrume que insuflou o futebol português besunta os dedos de quaisquer pequenos homens que lhe ponham a mão. Contudo, Frederico Varandas, Rui Costa e Pinto da Costa não são os que andam a levar com o cheiro, são os donos da ETAR. Suspiravam pelo VAR e agora suspiram por árbitros estrangeiros, atestando, como se dúvidas houvesse, que vêem menos  a Premier League do que o Romário de Souza, reforço do Arouca, em 2013, via a Liga Portuguesa.”Venho para lutar pelo título”, assumiu, na altura, o avançado cedido pelo Vasco da Gama. No fundo, esses gordos e feios só suspiram porque, se inspirassem, sufocavam com o bafo da própria ignorância.

A 12 de Fevereiro de 2023, o Arsenal-Brentford ficou marcado por um erro de arbitragem, sendo que Chris Foy, representante do Conselho de Arbitragem, assumiu o erro humano, explicando: “O VAR estava a ver se havia um fora-de-jogo e se o Ethan Pinnock bloqueou o Grabriel. Ele olhou para a possível falta e decidiu que não havia e, portanto, o árbitro Peter Bankes não cometeu um erro claro e óbvio. No entanto, na construção da jogada, Christian Norgaard - que assiste Toney para o cabeceamento - está em posição de fora-de-jogo. A verdade é que o VAR não investigou as linhas. Simplesmente, as linhas não foram traçadas. Teriam de o ser e o golo seria anulado por fora-de-jogo”. Um exemplo entre as dezenas de casos que sucedem semanalmente na Liga Inglesa, uma competição em que humanos também cometem erros, mas em que é distinta, em vários sentidos, a forma como se lida com eles. Só teríamos de esperar até ao primeiro erro contra para ver os gordos e feios de veias do pescoço à mostra a cuspirem nos árbitros estrangeiros e a suspirarem por jogos da Liga Portuguesa arbitrados por póneis. Essa é gente que se está pouco marimbado para o melhoramento do VAR, dos árbitros, do futebol português e que não se importa de rematar o discurso há anos com a mesma frase. Valha-lhes a organização Mentes Inclusivas, que, depois de reescrever os tais clássicos infantis de Roald Dahl, pode ser que altere “contra tudo e contra todos” para “contra tudo e contra todas as pessoas”, adoptando a neutralidade de género.

Eles gostam de vender estas lutas na lama como um evento carregado de rivalidade ideológica entre os protagonistas, mas, volvidos dois minutos, apercebes-te de que trocaram jogadores da formação no último dia de mercado de forma a maquilharem as contas, utilizam as mesmas estratégias comunicacionais quando perdem e os mesmos espantalhos, denominados de “inimigo externo”, quando são acusados. Volvidos dois minutos, esses gordos e feios não são mais do que o grupo de amigos da última fila que se safavam nos testes porque copiavam uns pelos outros, ainda que assinando com nomes diferentes.

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