Futebol, política e saudades

31 out 2022, 12:24
Brasil reage à vitória de Lula da Silva

«DRIBLE DA VACA» - Opinião

Saudades de reunir amigos, fazer um churrasco, beber umas cervejas estupidamente geladas e torcer sem medo pelo meu clube do coração.

Saudades de ir ao estádio, vestir a camisa velha e surrada do meu time, saltar na arquibancada e não ter receio de cantar até perder a voz.

Saudades de, entre risos, lágrimas e abraços, provocar meus adversários e soltar o grito de campeão pelas ruas para todo mundo ouvir.

Saudades de rasgar elogios nas redes sociais aos meus jogadores favoritos e manter viva a memória dos nossos maiores ídolos.

Ah, saudades! Aquela boa, velha e angustiante sensação de "tem, mas não há", como se costuma dizer em solo português.

O futebol dá, mas também tira. Arranca com unhas e dentes. Muitas vezes machuca e, sem dó nem piedade, nos deixa em carne viva.

Já são quase 15 anos de privações. De não ser mais quem eu já fui. De seguir em frente, mas sempre com um olhar saudosista para trás.

Escolhi assim e não me arrependo. Bati cabeça. Aprendi. Evolui. Orgulhoso de quem sou hoje, mas ainda com inveja do meu antigo eu.

Se aceito fielmente a fundamental e compreensível isenção no jornalismo esportivo, me dou ao luxo de seguir o caminho oposto na política.

Tenho publicamente um lado. Um lado que optou pela democracia. Pela ciência. Pela educação. Pela cultura. Pelo meio ambiente.

Pela igualdade de gênero. Pelas mulheres. Pelos pretos. Pelos povos indígenas. Pelas minorias. Pelos desfavorecidos.

Pelo Brasil.

* Bruno Andrade escreve a sua opinião em Português do Brasil

 

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