«DRIBLE DA VACA» - Opinião de Bruno Andrade
Não, não sou do Sporting. Até poderia ser, e daí? Mas não sou. No fundo, e sendo muito honesto, sou cada vez menos do futebol dos dias atuais. As constantes manifestações de ódio me afastam cada vez mais do esporte pelo qual já fui estupidamente apaixonado.
Luto contra mim mesmo para sentir prazer naquilo que (ainda) faço com gosto. É uma árdua batalha. Porém, não estou sozinho. Tenho encontrado em Portugal aliados de peso que duelam a meu favor.
O meu soldado na linha de frente tem nome, apelido e veste verde e branco: Ruben Amorim. Há cerca de seis anos é aquele que, mesmo sem saber, mais ajuda a manter do meu lado uma réstia de esperança de vencer um combate invisível.
Seja dentro ou fora de campo, o recruta de codinome "Encantador de Serpentes" é dos principais responsáveis por ainda enxergar beleza numa penosa partida de 90 e tantos minutos. Por ainda encontrar sentido na realização de quatro (ou mais) conferências de imprensa por semana.
Rasguei elogios nas seis oportunidades em que foi vitorioso em solo português. Não poupei críticas quando caiu em contradição e deu uma fugidinha para a Inglaterra de avião. Aqui se faz, aqui se paga.
Mais do que imparcial, sou independente. Escrevo e digo o que penso. Não tenho rabo preso. Não sou garoto de recados. Torço, sim, pelo sucesso de quem (direta ou indiretamente) me faz bem. Foi assim no Sp. Braga e no Sporting, vai ser assim no Manchester United.
A minha guerra fica definitivamente mais pobre sem Ruben Amorim. O futebol português também.
*Bruno Andrade escreve a sua opinião em português do Brasil