Antigo primeiro-ministro elaborou uma longa lista com homens de confiança que foram ministros e secretários de Estado durante o seu tempo. Mas também chama banqueiros, gestores e juristas
Arranca esta quinta-feira o julgamento de José Sócrates, que conta com mais de 40 testemunhas para se tentar defender na Operação Marquês. Entre elas há figuras de peso e alguns nomes surpreendentes.
É o caso de António Costa, antigo primeiro-ministro de Portugal que até chegou a visitar José Sócrates na prisão de Évora. À saída, recorde-se, afirmou que o homem que governou o país entre 2005 e 2011 estava a lutar pela “sua verdade”.
Mas há mais: Vítor Escária, por exemplo, é outro dos nomes. Ele que foi o ponto central da Operação Influencer, que acabou por fazer cair o último governo de António Costa, de quem era chefe de gabinete.
Entre as dezenas de nomes há também antigos ministros e secretários de Estado, banqueiros, empresários e advogados.
Hoje presidente do Conselho Europeu, António Costa foi ministro da Administração Interna do próprio José Sócrates. Quanto a Vítor Escária, foi assessor económico do antigo primeiro-ministro.
Mas José Sócrates também confia no seu antigo chefe de gabinete ou no seu antigo assessor económico. Assim, Leite Martins e Óscar Gaspar também são chamados pela defesa a falar em tribunal.
Uma longa lista que conta ainda com ministros dos tempos de José Sócrates. António Teixeira dos Santos (Finanças), Mário Lino (Obras Públicas no primeiro governo), António Mendonça (Obras Públicas no segundo governo), Jorge Lacão (Assuntos Parlamentares), Maria de Lurdes Rodrigues (Educação) ou Manuel Pinho (Economia). Este último, recorde-se, já foi condenado por corrupção no caso EDP.
Ainda dos seis anos que esteve à frente dos destinos da governação em Portugal, José Sócrates quer ver oito secretários de Estado a depor. Entre eles estão figuras como Costa Pina e Paulo Campos, ambos acusados de terem prejudicado o Estado no caso das PPP. Estão ainda na lista Ana Paula Vitorino e Ascenso Simões.
Do lado da banca há quatro antigos gestores da Caixa Geral de Depósitos. São eles Faria de Oliveira, Carlos Santos Ferreira, Celeste Cardona e Francisco Bandeira. Há ainda três figuras ligadas ao BES, incluindo Amílcar Morais Pires, que foi braço-direito de Ricardo Salgado.
Há ainda a contar com testemunhas vindas da rodovia ou ferrovia, incluindo Sérgio Monteiro, que foi secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações de… Pedro Passos Coelho.
Por fim, Rodrigo Costa e Rui Pedro Soares, gestores ligados à PT, e seis advogados e juristas também foram chamados pela defesa.