Mãe de José Sócrates apresenta atestado médico para não testemunhar no julgamento, juíza não aceita o atestado

30 out, 13:17
José Sócrates com a mãe, Maria Adelaide de Carvalho Monteiro, e a madrasta, Maria José Pinto de Sousa - Funeral de António Pinto de Sousa Fotos: Artur Lourenço

Maria Adelaide Monteiro não foi à sessão da Operação Marquês

A mãe de José Sócrates, Maria Adelaide Monteiro, devia ter testemunhado durante a manhã desta quinta-feira na 32.ª sessão de julgamento da Operação Marquês, mas não apareceu no Campus de Justiça.

Isto porque Maria Adelaide Monteiro apresentou quarta-feira um atestado médico em que surge o diagnóstico de vários problemas de saúde.

Perante o sucedido, o Ministério Público argumentou que, sendo esta uma “situação persistente” e que podia ter sido comunicada mais cedo, a falta deve ser considerada injustificada.

Para a acusação, uma vez que Maria Adelaide Monteiro “não está incapacitada de formular respostas” e “existe necessidade de ouvir a senhora numa data futura”, a audiência deve ser reagendada - e feita através de meios à distância.

A juíza foi ao encontro da posição do MP e não aceitou o atestado médico porque foi entregue pelo advogado de José Sócrates, sendo que o tribunal não reconhece Pedro Delille como representante de Maria Adelaide Monteiro. A mãe de José Sócrates tem agora três dias para apresentar uma nova justificação para a falta, sob pena de multa.

Pedro Delille, advogado de José Sócrates, acreditava que a sessão de julgamento iria começar mais tarde, devido ao que considerava ser a suspensão da audiência da mãe do ex-primeiro-ministro, mas o tribunal optou por não adiar a sessão de julgamento.

O engano gerou um confronto entre Delille e a juíza Susana Seca. “Presumi que a testemunha não vinha e só começava às 11:00”, começou por dizer o representante de Sócrates.

A juíza relembrou que Pedro Delille não tem uma procuração para representar a mãe de José Sócrates e que esta não compareceu na data e hora definidas pelo tribunal.

“A senhora doutora não me vai é ralhar”, disse Delille. A juíza Susana Seca perdeu a paciência, aumentou o tom de voz e repreendeu o advogado: “Não lhe dou a palavra. Acabou a brincadeira. Acabou”.

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