Maria Adelaide Monteiro não foi à sessão da Operação Marquês
A mãe de José Sócrates, Maria Adelaide Monteiro, devia ter testemunhado durante a manhã desta quinta-feira na 32.ª sessão de julgamento da Operação Marquês, mas não apareceu no Campus de Justiça.
Isto porque Maria Adelaide Monteiro apresentou quarta-feira um atestado médico em que surge o diagnóstico de vários problemas de saúde.
Perante o sucedido, o Ministério Público argumentou que, sendo esta uma “situação persistente” e que podia ter sido comunicada mais cedo, a falta deve ser considerada injustificada.
Para a acusação, uma vez que Maria Adelaide Monteiro “não está incapacitada de formular respostas” e “existe necessidade de ouvir a senhora numa data futura”, a audiência deve ser reagendada - e feita através de meios à distância.
A juíza foi ao encontro da posição do MP e não aceitou o atestado médico porque foi entregue pelo advogado de José Sócrates, sendo que o tribunal não reconhece Pedro Delille como representante de Maria Adelaide Monteiro. A mãe de José Sócrates tem agora três dias para apresentar uma nova justificação para a falta, sob pena de multa.
Pedro Delille, advogado de José Sócrates, acreditava que a sessão de julgamento iria começar mais tarde, devido ao que considerava ser a suspensão da audiência da mãe do ex-primeiro-ministro, mas o tribunal optou por não adiar a sessão de julgamento.
O engano gerou um confronto entre Delille e a juíza Susana Seca. “Presumi que a testemunha não vinha e só começava às 11:00”, começou por dizer o representante de Sócrates.
A juíza relembrou que Pedro Delille não tem uma procuração para representar a mãe de José Sócrates e que esta não compareceu na data e hora definidas pelo tribunal.
“A senhora doutora não me vai é ralhar”, disse Delille. A juíza Susana Seca perdeu a paciência, aumentou o tom de voz e repreendeu o advogado: “Não lhe dou a palavra. Acabou a brincadeira. Acabou”.