Diretor-geral da OMS lança apelo a favor do direito ao aborto. “O acesso a um aborto seguro pode salvar vidas”

Agência Lusa
4 mai 2022, 17:09
O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus

O responsável da Organização Mundial de Saúde (OMS) sublinha que a autonomia das mulheres sobre os seus corpos é um direito essencial que "pode salvar vidas" 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou hoje um apelo a favor do direito ao aborto, colocado em causa nos Estados Unidos por um projecto de acórdão do Supremo Tribunal.

"Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos. Esta restrição leva mulheres e jovens a recorrerem a procedimentos perigosos", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus na rede social Twitter, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.

“O acesso a um aborto seguro pode salvar vidas”, declarou.

Ghebreyesus enfatizou hoje que "as mulheres devem sempre ter o direito de escolha quando se trata dos seus corpos e da sua saúde".

Segundo a OMS, os abortos inseguros causam cerca de 39.000 mortes por ano em todo o mundo e resultam na hospitalização de outros milhões de mulheres devido a complicações.

A maioria dessas mortes está concentrada em países de baixo rendimento – mais de 60% em África e 30% na Ásia – e entre as pessoas mais vulneráveis.

Os dados mostram que as restrições ao acesso ao aborto não reduzem o número de abortos, segundo a OMS.

A agência da ONU também afirma que nos países com as restrições mais severas, apenas um em cada quatro abortos é seguro, em comparação com quase nove em dez em países onde o procedimento é amplamente legalizado.

A OMS divulgou novas diretrizes sobre cuidados com o aborto no início de março, com o objetivo de proteger a saúde de mulheres e jovens e ajudar a prevenir os mais de 25 milhões de abortos inseguros que ocorrem atualmente todos os anos em todo o mundo.

Essas diretrizes reúnem mais de 50 recomendações relacionadas com a prática clínica, prestação de serviços de saúde e intervenções legais e políticas para apoiar a prestação de assistência ao aborto com qualidade.

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