Alterações climáticas responsáveis por mais de metade das crises sanitárias em África

Agência Lusa , BMA
6 abr 2022, 16:35
Organização Mundial de Saúde

Continente africano registou, entre 2011 e 2021, mais 21% de emergências de saúde pública do que na década anterior

As alterações climáticas foram responsáveis por mais de metade das crises sanitárias que afetaram África nos últimos 20 anos, alertou esta quarta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que registou um aumento da frequência das emergências de saúde pública.

"A emergência climática é uma das maiores ameaças para a humanidade. As condições necessárias para garantir uma boa saúde estão em perigo com eventos climáticos cada vez mais severos", disse a diretora regional para África da OMS, Matshido Moeti, em comunicado.

A responsável sublinhou que "as inundações frequentes e as doenças transmitidas pela água e por vetores (parasitas, bactérias ou vírus) estão a aprofundar as crises sanitárias”.

“Embora África seja o continente que menos contribui para a crise climática, sofre todas as consequências", lamentou Moeti.

Segundo um novo estudo da OMS, o continente africano registou, entre 2011 e 2021, mais 21% de emergências de saúde pública do que na década anterior.

As inundações, por exemplo, favorecem o aparecimento de doenças diarreicas, que são a terceira causa de doença e morte em crianças com menos de 5 anos.

As mudanças de temperatura estão a permitir a expansão dos mosquitos que transmitem doenças como a febre amarela ou a malária, ou das carraças que provocam a febre hemorrágica de Crimeia-Congo (FHCC), com uma taxa de mortalidade de até 40%.

Embora o número de mortes por malária tenha caído em África de 840.000 em 2000 para 602.000 em 2020, esta doença continua a ser um desafio para o continente.

Além disso, os choques climáticos impedem os agricultores de produzir alimentos suficientes, o que provoca um número cada vez maior de malnutrição.

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