Em Portugal conhecem-se 156 casos, mas acredita-se que serão bem mais as vítimas do esquema
Marc Gervais foi obrigado a vender o bar e ainda perdeu 250 mil euros. É um dos muitos casos de pessoas burladas pelo esquema da OmegaPro, entidade que se fazia passar por uma empresa de investimento e marketing baseada em produtos financeiros, e que terá lesado pelo menos 156 pessoas em Portugal num universo de três milhões de vítimas em todo o mundo.
A CNN Portugal falou com este francês, que já processou os fundadores da empresa, e que agora apela à união de todas as vítimas para que se consiga recuperar o dinheiro que perderam.
O cenário é uma das divisões da casa onde habita. Lá existe uma parede que remonta aos filmes policiais em que se tenta desvendar um crime complicado. "Ghost Rider: Espírito de Vingança", lê-se no meio da parede, aludindo ao filme de 2011. Ao lado há dezenas de fotografias de várias das pessoas alegadamente envolvidas no esquema.
"Ele é o grandão da burla internacional", diz Marc Gervais, enquanto aponta para uma imagem de Mike Sims, co-fundador da empresa OmegaPro, que se apresentava como uma empresa de investimento, mas que lesou milhões de pessoas com um esquema em pirâmide.
"Eric Worre, também. Ele é o comercializador da OmegaPro", continua o cidadão francês, acusando os homens nas imagens de serem "ladrões".
Marc Gervais, que arranha o português, perdeu 250 mil euros no negócio e foi obrigado a vender o bar, a sua "vida". "O meu bar é a minha vida. Já investi o meu bar na OmegaPro. Significa que a OmegaPro é a minha vida agora", diz, justificando o seu investimento com a crença que a empresa fazia passar, nomeadamente pela utilização da imagem de figuras conhecidas como Luís Figo ou Iker Casillas.
O francês investiu dinheiro em agosto de 2022 e em novembro do mesmo ano disseram-lhe que a plataforma de investimento estava bloqueada por causa de um ataque informático. Só vários meses depois, já em 2023, percebeu que tinha sido burlado.
Os números reais, esses, ainda são completamente desconhecidos. De acordo com o advogado de 2.500 lesados, só em Portugal haverá mais de oito mil vítimas do esquema.