Defesa argumentou que condição do homem não foi tida em conta na altura da condenação. Oliver foi preso com 21 anos, sai agora com 54
Oliver Campbell foi condenado a prisão perpétua em 1991. Tinha 21 anos. Agora, com 54, ficou a saber que tudo não passou de um erro da justiça britânica, um dos maiores, descreve a imprensa do país, depois de um coletivo de juízes ter classificado a decisão como "imprópria".
O homem, que tem dificuldades cognitivas graves, confessou em vários interrogatórios ter participado numa conspiração que envolvia o homicídio de um homem em Londres, em 1991.
Oliver Campbell, que sofreu lesões cerebrais irreversíveis em criança, acabou por confessar, ao 11.º de 14 interrogatórios, alguns dos quais sem aconselhamento legal, que tinha sido o autor do crime.
A viver em liberdade condicional desde 2002, vai poder, finalmente, recomeçar a sua vida totalmente.“ A luta por justiça chegou finalmente ao fim, depois de 34 amos. Agora posso começar a minha vida como um homem inocente”, afirmou, depois de ser conhecida a decisão do tribunal de recurso.
O tribunal de recurso ouviu uma testemunha confirmar que o homem tem um QI de apenas 73, apresentando ainda um grau “anormalmente elevado” para a aquiescência, o que o leva a ter uma “tendência extrema para, em caso de dúvida, dizer que sim”.
O advogado de Oliver Campbell defendeu que o seu cliente tinha sido “perseguido e intimidado” pelas autoridades, o que levou a dar um falso testemunho.
O tribunal de recurso ouviu os peritos afirmarem que Campbell tinha um QI de 73 e uma pontuação “anormalmente elevada” em termos de aquiescência, com uma “tendência extrema para, em caso de dúvida, dizer sim”.
A defesa referiu também que o júri que analisou o caso originalmente não tinha conhecimento total das incapacidades de Oliver Campbell, além de ter havido uma falha na passagem de informação de que o homem que tinha a pistola era outro.