Exército são-tomense vai investigar alegadas agressões a detidos mortos após ataque ao quartel

Agência Lusa , AM
27 nov 2022, 12:43
Militares

Olinto Paquete revelou que o suspeito Arlécio Costa faleceu porque “saltou da viatura”, mas garantiu uma investigação às alegadas agressões aos detidos

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas são-tomense disse este domingo que os três atacantes do quartel morreram após uma explosão e o suspeito Arlécio Costa faleceu porque “saltou da viatura”, mas garantiu uma investigação às alegadas agressões aos detidos.

“O quartel de Morro foi deliberadamente atacado e reagimos, em defesa legítima, na defesa do Estado de Direito, da democracia e em respeito do direito de todos”, declarou o brigadeiro Olinto Paquete, em conferência de imprensa este domingo de manhã em São Tomé, sobre o assalto ao quartel militar, na madrugada de sexta-feira, em que morreram três dos quatro atacantes e um suspeito.

“Infelizmente, perderam-se quatro vidas humanas, que tentámos ao máximo preservar. Três, resultantes de ferimentos provocados pelos impactos da carga explosiva, e a quarta morte, o senhor Arlécio Costa, segundo informações dos presentes, saltou da viatura e caiu. Foram levados ao hospital central, mas não resistiram”, disse.

O brigadeiro adiantou que “de forma a apurar os factos e chegar à verdade sobre a morte do senhor Arlécio Costa, o inspetor-geral das Forças Armadas foi orientado para instaurar um processo de averiguação”.

Posteriormente, questionado se os militares “espancaram os detidos” – face a fotografias que têm circulado nas redes sociais que mostram os homens ensanguentados e com marcas de agressão -, Olinto Paquete disse desconhecer, mas que haverá uma investigação.

“Não posso assegurar, não estive lá presente. Eis a razão por que foi orientado o inspetor-geral e a sua equipa para processos de averiguação. Não podemos falar de coisas que não temos ainda”, declarou.

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões.

O ataque foi neutralizado pelas 06:00 locais (mesma hora em Lisboa) desta sexta-feira, com a detenção dos quatro assaltantes e de alguns militares suspeitos de envolvimento na ação. Foram também detidos pelos militares o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves (que concluiu o mandato no início deste mês) e Arlécio Costa, antigo oficial do ‘batalhão Búfalo’ que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.

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