Chanceler alemão pede construção de gasoduto a partir de Portugal

11 ago 2022, 12:27
Tubagem no terminal petroquímico do porto de Sines. Foto: Patrícia de Melo Moreira/AFP via Getty Images

Olaf Scholz diz que até já levou o assunto a reuniões com os líderes de Portugal, Espanha, França e da Comissão Europeia. O chanceler sublinhou que a Alemanha está determinada a defender a solidariedade europeia e a enfrentar uma crise energética no próximo inverno.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu a construção de um gasoduto a partir de Portugal, que passe por Espanha e por França, e que chegue até ao centro da Europa para diminuir a dependência energética do gás russo. As declarações, citadas pela agência Reuters, foram feitas esta quinta-feira.

"Esse gasoduto diminuiria enormemente a dependência que verificamos na atual situação", sublinhou o chanceler alemão, em conferência de imprensa. Scholz frisou que até já levou o assunto a reuniões com os líderes de Portugal, Espanha, França e da Comissão Europeia em Bruxelas.

Enquanto que países da União Europeia como a Alemanha, a Bulgária e a República Checa são altamente dependentes do gás natural russo, Portugal tem apenas 10% da sua energia proveniente daquela fonte. De resto, Portugal está a tentar há anos que o Porto de Sines se torne na porta de entrada do gás natural norte-americano para a Europa, evitando assim a dependência em relação à Rússia.

Quase um ano antes da invasão da Ucrânia, uma reportagem da TVI, do mesmo grupo da CNN Portugal, explicou essas movimentações, que estão mais atuais do que nunca.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, António Costa tem feito pressão a nível europeu para que este dossier seja discutido e visto como uma alternativa à energia fornecida pelo regime de Moscovo. 

Em 2021, o fornecimento russo de gás natural à União Europeia totalizou cerca de 155 mil milhões de metros cúbicos, um número que Bruxelas pretende cortar para dois terços ainda este ano, começando uma agenda de menor dependência da Rússia em termos energéticos.

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, Scholz sublinhou que a Alemanha está determinada a defender a solidariedade europeia e a enfrentar uma crise energética no próximo inverno.

"A União Europeia deve lidar com estes tempos difíceis com solidariedade, algo com o qual me comprometo explicitamente", frisou. 

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