Vai acabar o corte nos salários dos políticos - PS e PSD juntam-se para passar a medida

Agência Lusa , DCT
22 nov, 12:41
Alexandra Leitão e Hugo Soares (DR)

Segundo o líder parlamentar do PSD, a proposta vai ter “efeitos imediatos” - mas Hugo Soares diz estar disponível para ajustar a medida com os restantes grupos parlamentares

A líder parlamentar do PS afirmou hoje que os socialistas vão viabilizar a proposta do PSD para acabar já em 2025 com os cortes de 5% nos vencimentos de titulares de cargos políticos e gestores públicos.

“O PS sempre definiu que votaria a favor da proposta do PSD, sem nenhuma diferença. Procura-se obter um consenso mais amplo e, se não for possível, votaremos na mesma”, declarou Alexandra Leitão em conferência de impressa.

Na semana passada, após o PSD ter apresentado a sua proposta para o fim do corte de cinco por cento no vencimento dos titulares de cargos políticos, a bancada socialista ponderou condicionar essa mudança apenas a mandatos futuros e não aos atuais.

Mas, segundo fonte da bancada do PS, os socialistas estão agora disponíveis para que a proposta tenha eventualmente efeitos imediatos.

Em conferência de imprensa, na semana passada, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou que iria propor o fim dos cortes de 5% nos vencimentos dos políticos em vigor desde 2010, considerando que “é da mais elementar justiça” acabar com esta medida.

Segundo Hugo Soares, a proposta será para que o fim dos cortes tenha “efeitos imediatos”, mas disse estar disponível para a ajustar com os restantes grupos parlamentares.

Os cortes, em vigor desde 2010 e nunca revogados, aplicam-se ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, deputados, membros do Governo, representantes da República para as regiões autónomas, deputados às Assembleias Legislativas das regiões autónomas, membros dos governos regionais, governador e vice-governador civil e presidente e vereadores a tempo inteiro das câmaras municipais.

“Essa é a única reminiscência da ‘troika’ ainda no país, o único corte que vem ainda dos tempos da ‘troika’ em Portugal. Parece-me que não há razão absolutamente nenhuma para que quem exerce cargos públicos numa junta de freguesia, numa câmara municipal ou num nível superior continue a ter um corte salarial”, justificou.

 “E por isso creio que é da mais elementar justiça que isso possa acabar e nós temos essa coragem, nós não temos qualquer problema em combater qualquer tipo de populismo”, acrescentou.

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