Segundo o líder parlamentar do PSD, a proposta vai ter “efeitos imediatos” - mas Hugo Soares diz estar disponível para ajustar a medida com os restantes grupos parlamentares
A líder parlamentar do PS afirmou hoje que os socialistas vão viabilizar a proposta do PSD para acabar já em 2025 com os cortes de 5% nos vencimentos de titulares de cargos políticos e gestores públicos.
“O PS sempre definiu que votaria a favor da proposta do PSD, sem nenhuma diferença. Procura-se obter um consenso mais amplo e, se não for possível, votaremos na mesma”, declarou Alexandra Leitão em conferência de impressa.
Na semana passada, após o PSD ter apresentado a sua proposta para o fim do corte de cinco por cento no vencimento dos titulares de cargos políticos, a bancada socialista ponderou condicionar essa mudança apenas a mandatos futuros e não aos atuais.
Mas, segundo fonte da bancada do PS, os socialistas estão agora disponíveis para que a proposta tenha eventualmente efeitos imediatos.
Em conferência de imprensa, na semana passada, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, anunciou que iria propor o fim dos cortes de 5% nos vencimentos dos políticos em vigor desde 2010, considerando que “é da mais elementar justiça” acabar com esta medida.
Segundo Hugo Soares, a proposta será para que o fim dos cortes tenha “efeitos imediatos”, mas disse estar disponível para a ajustar com os restantes grupos parlamentares.
Os cortes, em vigor desde 2010 e nunca revogados, aplicam-se ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, primeiro-ministro, deputados, membros do Governo, representantes da República para as regiões autónomas, deputados às Assembleias Legislativas das regiões autónomas, membros dos governos regionais, governador e vice-governador civil e presidente e vereadores a tempo inteiro das câmaras municipais.
“Essa é a única reminiscência da ‘troika’ ainda no país, o único corte que vem ainda dos tempos da ‘troika’ em Portugal. Parece-me que não há razão absolutamente nenhuma para que quem exerce cargos públicos numa junta de freguesia, numa câmara municipal ou num nível superior continue a ter um corte salarial”, justificou.
“E por isso creio que é da mais elementar justiça que isso possa acabar e nós temos essa coragem, nós não temos qualquer problema em combater qualquer tipo de populismo”, acrescentou.