Arma será alvo de perícias no laboratório de Polícia Científica, o resultado da autópsia também será relevante, mas sobretudo pesam os testemunhos prestados e a reconstituição que será feita no local do crime pela PJ
A investigação da Polícia Judiciária à morte a tiro de Odair Moniz, 43 anos, na sequência de uma perseguição no bairro da Cova da Moura, Amadora, na madrugada de segunda-feira, aponta até ao momento para um excesso de legítima defesa por parte do jovem polícia que alvejou a vítima, apurou a CNN Portugal. Mesmo sendo verdade que o suspeito empunhou uma faca, que foi depois encontrada pela PSP junto ao local do crime, a avaliação preliminar aponta para um uso desproporcional e injustificado de força, com recurso a meios letais.
O agente da PSP, na casa dos 20 anos e que tem apenas um ano de serviço, seguia acompanhado por um colega de patrulha, com apenas mais dois anos de experiência. A perseguição iniciou-se de carro, até que o suspeito imobilizou o automóvel em que fugia - tendo antes embatido noutras viaturas -, e passou depois a ser apeada pelas ruas do bairro. Os agentes já tinham disparado para o ar, mas o suspeito não parou e houve depois uma confrontação física.
O mais jovem dos polícias disparou então sobre o homem de 43 anos, que acabou por morrer no local. A arma do agente foi apreendida, e este, interrogado na PJ, foi constituído arguido sob a indiciação de homicídio. Também o colega de patrulha prestou declarações.
A arma será alvo de perícias no laboratório de Polícia Científica, o resultado da autópsia também será relevante, mas sobretudo pesam os testemunhos prestados e a reconstituição que será feita no local do crime pela PJ, com os agentes da PSP intervenientes, antes de o Ministério Público, no DIAP da Amadora, tomar uma decisão sobre arquivamento ou acusação por um crime de homicídio simples.