O Estado obteve 915 milhões de euros através de dois leilões de obrigações a 9 e 13 anos. Na linha com maturidade em 2035, teve de pagar 3,7% por 518 milhões de euros, 3,2 vezes mais que há um ano
O Estado obteve esta quarta-feira 915 milhões de euros de financiamento através da realização de dois leilões obrigacionistas com maturidade em julho de 2032 (OT 1,65% 16jul2032) e em outubro de 2035 (OT 0,9% 12out2035), ficando 8,5% abaixo do limite máximo estipulado pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) de 1.000 milhões de euros para os dois leilões.
Na linha com maturidade em julho de 2032 (9 anos e 4 meses), a República financiou-se em 397 milhões de euros pelo qual irá pagar 3,549% por ano, mais 37,7 pontos base que o preço pago a 8 de fevereiro num leilão sobre a mesma linha obrigacionista, que resultou no financiamento de 176 milhões de euros com uma yield de 3,172%
Na linha com maturidade em outubro de 2035 (12 anos e 8 meses), o Estado angariou 518 milhões de euros através de uma yield de 3,744%. A última vez que o IGCP intermediou um leilão com um período tão longo foi há cerca de um ano, a 9 de março, através da emissão de 20,96 milhões de euros da linha OT 2.25% 18Apr2034, pelo qual pagou 1,154%.
Significa que na emissão desta quarta-feira, o Estado pagou 3,2 vezes mais do que o que pagou há cerca de um ano por uma emissão semelhante.
Segundo dados da Reuters, o leilão da OT 1,65% 16jul2032 contou com uma procura 2,6 vezes acima da oferta e o leilão da OT 0,9% 12out2035 teve uma procura 2,3 vezes acima da oferta.
De acordo com os resultados dos leilões de obrigações do Tesouro, é preciso recuar a 2017 para se encontrar uma operação que tenha resultado numa yield perto dos 4%. Foi a 12 de julho através da emissão de uma obrigação do Tesouro a 28 anos que resultou numa yield de 3,98%.
Com os dois leilões realizados esta manhã, o saldo-vivo de todas as obrigações do Tesouro situa-se nos 158,5 mil milhões de euros, o equivalente a 67% do PIB; e cerca de 49% deste montante terá de ser devolvido aos investidores nos próximos cinco anos (até 2028).