Luís Patrão foi chefe de gabinete de dois primeiros-ministros, António Guterres e José Sócrates. Era atualmente membro da comissão permanente do PS
O dirigente nacional do PS Luís Patrão morreu aos 68 anos, disse este domingo à Lusa fonte partidária.
Luís Patrão foi chefe de gabinete de dois primeiros-ministros, António Guterres e José Sócrates, deputado, secretário de Estado e era atualmente membro da comissão permanente do PS.
Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, era, desde 2014, responsável pela administração e pelas finanças do PS.
Nascido em 2 de dezembro de 1954, na Covilhã, foi militante e dirigente da Juventude Socialista, e depois do PS, tendo falhado a corrida à liderança da “jota” e, 1981.
Descrito como uma pessoa discreta, foi chefe de gabinete de Jaime Gama, líder parlamentar, e diretor geral do PS durante a liderança de Sócrates à frente do partido.
Após a vitória do PS nas eleições legislativas, em 1995, foi chefe de gabinete de António Guterres e, depois, secretário de Estado da Administração Interna, entre 1999 e 2000, ano em se demitiu devido ao caso Fundação Prevenção e Segurança, envolvendo o então ministro Armando Vara.
Após o regresso do PS ao poder, com maioria absoluta, em 2005, Luís Patrão é, por um ano, chefe de gabinete de José Sócrates.
Passou ainda pela presidência do Turismo de Portugal e pertenceu ao conselho de supervisão da TAP.
Em 2014, pouco antes de o PS voltar ao poder, com António Costa, que conheceu nos tempos da JS, Patrão regressa ao Largo do Rato com a pasta das finanças.
Em 2015, Jorge Coelho, homem forte do chamado "aparelho" do PS com Guterres, elogiou o seu regresso. “Foi o braço direito [de Guterres] em tudo o que era preciso organizar,” afirmou.
Num artigo no Público em que se descrevia Luís Patrão como o “homem de quase todos os primeiros-ministros” do PS, Coelho afirmava ainda: “Foi ele que modernizou o PS, que transformou a imagem do PS, que o fez um partido moderno.”
PS expressa desolação, Santos Silva diz que perdeu "um bom amigo"
O Partido Socialista manifestou um "sentimento de perda e desolação" pela morte de Luís Patrão, aos 68 anos, e o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, disse que perdeu "um bom amigo".
Numa mensagem na conta oficial do partido na rede social Twitter, acompanhada de uma fotografia de Luís Patrão, o PS escreve que "foi com profunda consternação e grande tristeza" que recebeu a notícia da morte do "destacado e histórico dirigente" do partido.
"Tendo um notável percurso profissional, cívico e político, no Partido Socialista, na Juventude Socialista e em diversas áreas da sociedade, é com sentimento de perda e desolação que o Partido Socialista endereça aos seus familiares e amigos as suas mais profundas condolências, compartilhando a sua dor neste momento difícil", lê-se no texto.
Na mesma rede social, o presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, lamentou a morte do dirigente socialista. "Dirijo as mais sinceras condolências à sua família, bem como ao Partido Socialista. Pessoalmente, perco um bom amigo”, lê-se na mensagem.
O presidente do partido, Carlos César, lembrou o seu amigo, desde a década 1970, afirmando que “o seu desaparecimento é uma grande perda e uma enorme tristeza”. Luís Patrão é uma “referência atual de inteligência, argúcia, serenidade e bom senso que tantas vezes tanto falta na política e na gestão pública”, escreveu César na sua conta no Facebook.
O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, expressou também no Twitter o seu pesar.
"Com o falecimento de Luís Patrão, os socialistas estão de luto. Foi com muita dor e consternação que tivemos conhecimento desta notícia. Sentiremos a falta da sua ação, da sua experiência e da sua opinião sempre qualificada. Perdemos um grande amigo e um grande camarada", escreveu João Torres.