Governante nega problemas na ausência das negociações e garante que reuniu com os mais altos representantes das Forças Armadas
O ministro da Defesa garante que a melhoria das condições dos militares é um “investimento”, e não uma “despesa”, mesmo que custe 120 milhões que se vão juntar ao dinheiro já prometido às forças de segurança ou aos professores.
Em entrevista no Jornal Nacional da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), Nuno Melo garante que este anúncio significa a resolução de vários problemas, alguns dos quais com 20 anos.
De resto, e de forma segura, o ministro da Defesa garante que nesse mesmo período, os 115 dias, foram resolvidos problemas com oito anos, alguns com 15 anos e até outros com 20 anos.
Voltou, assim, a atacar os governos de António Costa, mas esticou a linha temporal para problemas não resolvidos pelo governo de Pedro Passos Coelho, que até tinha membros do CDS, e para os dois executivos de José Sócrates.
“Nós em 115 dias fizemos o que não foi feito, seguramente, em oito anos, o que em alguns casos não foi feito em 15 anos e que em alguns casos não foi feito em 20 anos”, reiterou.
Sobre as críticas de que foi alvo por parte das associações militares por não ter estado presente nas negociações, ao contrário do que aconteceu com a ministra da Administração Interna e as forças de segurança, Nuno Melo garante que o Governo foi sempre bem representado, dizendo ainda que conversou várias vezes com os líderes das Forças Armadas, nomeadamente o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes dos três ramos, Exército, Marinha e Força Aérea.
“Chegámos a resultados, vivemos um dia histórico”, sublinhou, atirando que os representantes das associações não falam por todos os militares, e muito menos pelas Forças Armadas.
O suplemento de condição militar vai aumentar 300 euros entre este ano e 2026: vem aí uma “aplicação imediata de 200 euros” e, “de forma subsequente”, 50 euros a partir de 1 de janeiro de 2025 e outros 50 euros de janeiro de 2026 em diante.
Luís Montenegro falou num “dia histórico” para as Forças Armadas - Nuno Melo disse o mesmo nesta entrevista -, reforçando que é um “acréscimo do suplemento de condição de militar equivalente ao que foi decidido para as forças de segurança [PSP e GNR]”.
O anúncio foi feito no final de um Conselho de Ministros alargado aos secretários de Estado do XIV Governo Constitucional, que decorreu no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras.
Na perspetiva do líder do executivo, “esta é a maior valorização de sempre ao nível do estatuto remuneratório dos profissionais das Forças Armadas”.
“E é uma mensagem de atração grande que o Governo quer dar à sociedade portuguesa, sobretudo aos que sentem vocação para desenvolver uma carreira militar e de grande respeito pelos que estão nos quadros - e que, diria, estão a aguentar o nosso sistema de Defesa Nacional”, acrescentou.
O suplemento da condição militar é atribuído a todos os militares das Forças Armadas e até agora era composto por uma componente fixa, de 100 euros, mas também por uma componente variável, fixada em 20% sobre a remuneração base.