Ministro da Defesa responsabiliza governos de Costa por crise nas forças armadas - há menos 6.000 militares desde 2015

26 jul 2024, 16:50
Nuno Melo. Lusa

"Levei estes 115 dias com problemas diários a cair em cima da minha secretária", atira Nuno Melo, apontando baterias à governação socialista dos últimos 8 anos

O Conselho de Ministros reuniu-se esta sexta-feira no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, tendo a Defesa como tema central e Nuno Melo, titular da pasta, não poupou criticas aos governos de António Costa.

O Ministro da Defesa acusa os anteriores executivos de serem responsáveis pela redução de 20%, nos últimos 8 anos, do número de militares no ativo. Segundo contas do Governo são menos 5.958 militares do que em 2015.

Em declarações aos jornalistas, Nuno Melo avançou ainda que o Governo fará a correção da "imoralidade da falta de uma compensação em caso de invalidez ou morte", salientando que "o Estado estará do lado dos militares", referindo-se a uma compensação em caso de morte ou invalidez de militares no ativo.

Foi ainda anunciada a comparticipação de medicamentos a 100% para os antigos combatentes. Uma medida que entrará em vigor de forma faseada, com a atribuição de uma comparticipação de 50% já em 2025 e os restantes 50% em 2026.

“Haverá um encargo orçamental ainda muito relevante, mas estamos perante um ato de justiça para aqueles que serviram a nossa pátria em cenários de guerra e que, por essa via, tiveram muitas vezes as suas vidas marcadas pelas sequelas que ficam dessas intervenções e desses episódios”, argumentou.

O Governante agradeceu ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que momentos antes anunciou aumentos remuneratórios para as forças armadas, o facto de colocar o tema da Defesa no "topo das prioridades". Nuno Melo não resistiu em classificar estas valorizações como "muito significativas, num país que não abunda propriamente em riqueza mas que tem as suas opções políticas".

De acordo com uma estimativa divulgada pelo Executivo, as medidas hoje anunciadas para os profissionais das Forças Armadas vão ter um impacto orçamental de 120 milhões de euros no terceiro ano de aplicação.

No entanto, o Ministro da Defesa recusa interpretar estas medidas como despesa, defendendo que não significam mais encargos para o Estado "mas sim um investimento".

Com a governação socialista sempre na mira, Nuno Melo sublinhou que o atual Executivo "[fez] em 115 dias aquilo que não foi feito em 8 anos", referindo-se aos vários pacotes de medidas do Governo, em áreas diversas, que têm sido anunciados ao longo dos últimos meses.

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