Portugal a chegar ao pico desta vaga. Infeções e mortes por covid-19 vão diminuir nas próximas semanas

Agência Lusa , BMA
3 fev 2022, 08:54
Covid-19

Pico da incidência atingiu um valor real de 130 mil a 150 mil infeções, das quais “foram visíveis menos de 60 mil casos (em média a sete dias) por saturação de testes”, adianta o estudo do IST da Universidade de Lisboa

Portugal está a atingir o pico da atual vaga da pandemia e, nas próximas semanas, vai registar-se uma redução de infeções, internamentos e de mortes por covid-19, estima o Instituto Superior Técnico (IST).

“O Rt (índice de transmissibilidade do vírus) em todo o país está em descida acentuada e já se aproxima de 1 em média geométrica a sete dias, o que indica que o pico da incidência já está a ser atingido”, avança o relatório do grupo de trabalho de acompanhamento da pandemia do IST que a Lusa teve acesso.

Segundo o documento elaborado por Henrique Oliveira, Pedro Amaral, José Rui Figueira e Ana Serro, que compõem o grupo de trabalho coordenado pelo presidente do IST, Rogério Colaço, a taxa de variação de casos a nível nacional está próxima de 0%, o que também indica que Portugal está a atravessar o pico da incidência.

De acordo com estes especialistas, o pico da incidência atingiu um valor real de 130 mil a 150 mil infeções, das quais “foram visíveis menos de 60 mil casos (em média a sete dias) por saturação de testes”, adianta o estudo do IST da Universidade de Lisboa.

“Em fevereiro a tendência será de descida gradual da incidência, que depois passará a muito acentuada”, estima o IST, que prevê também que nos próximos dias ainda se registe um aumento ligeiro do número de hospitalizações e de óbitos “por inércia”, mas que deverá começar a reduzir a partir do final da próxima semana.

O grupo de trabalho mantém a previsão de que Portugal já não ultrapassará os 2.500 doentes em enfermaria por covid-19 e os 200 em unidades de cuidados intensivos, enquanto a mortalidade “será um pouco mais alta do que o esperado pelo arrastamento do pico da incidência para o início deste mês”.

“A fase de doença residente da covid-19 (à semelhança da gripe, por exemplo) aproxima-se agora a passos largos, as próximas semanas vão ser de descida de casos e, por arrastamento, de todos os indicadores”, indica ainda o relatório do Técnico.

Este grupo de acompanhamento da pandemia “confirma plenamente” a previsão anterior de que, devido às pessoas vacinadas e às que foram infetadas, “depois do final de fevereiro toda a população terá alguma imunidade ao vírus” SARS-CoV-2.

De acordo com os mesmos dados, a letalidade do grupo dos idosos com mais de 80 anos está estável, com valores a rondar os 4,5%, o que demonstra que o “esforço de vacinação continua a surtir efeitos nesta classe” etária.

Os especialistas consideram ainda que, desde o último relatório de 25 de janeiro, “houve uma diminuição do risco pandémico”, com o indicador de avaliação da pandemia elaborado pelo IST e pela Ordem dos Médicos (OM) a baixar na quarta-feira para o valor de 91,78, abaixo do limiar crítico dos 100 pontos.

De acordo com estas duas instituições, quando este indicador, que combina a incidência, a transmissibilidade, a letalidade e a hospitalização em enfermaria em unidades de cuidados intensivos, ultrapassa os 100 pontos, a resposta de saúde a pessoas com outras doenças começa a ficar comprometida.

“A probabilidade de regressar a 100 pontos (nível de alarme) em fevereiro é de apenas 40%, com tendência de descida. A probabilidade de o indicador ultrapassar os 120 (nível crítico) desceu de 40% para níveis próximos de 0”, adianta o documento.

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