Com esta venda, o Novo Banco recebe 75% dos 6,4 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 4,8 mil milhões de euros. Já o Estado português recebe os restantes 25%, cerca de 1,6 mil milhões de euros, mas repartidos entre o Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro.
O acionista maioritário do Novo Banco, a Nani Holdings S.à r.l., já assinou um Memorando de Entendimento para a venda da sua posição acionista aos franceses do BPCE. Segundo um comunicado enviado às redações, em causa está “um montante equivalente a uma valorização de aproximadamente 6,4 mil milhões de euros, no final de 2025, para 100% do capital social”.
Com esta venda, o Novo Banco recebe 75% dos 6,4 mil milhões de euros, ou seja, cerca de 4,8 mil milhões de euros, multiplicando por quase cinco a injeção de capital de mil milhões de euros que fez quando adquiriu os 75% do banco que resultou do colapso do BES. Já o Estado português recebe os restantes 25%, cerca de 1,6 mil milhões de euros, mas repartidos entre o Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro. A verba a receber pelo Estado fica, assim, muito abaixo do valor colocado no Novo Banco: depois de uma injeção inicial de 4,9 mil milhões de euros, para capitalizar a instituição, o Fundo de Resolução ainda entregou ao Novo Banco cerca de 3,5 mil milhões de euros ao abrigo de um acordo que permitia ao Lone Star reclamar essas verbas.
Esta semana, o grupo bancário BPCE já se tinha posicionado como o principal candidato à compra do Novo Banco à Lone Star Funds, tal como tinha avançado a Bloomberg, que cita fontes próximas do assunto, que falaram sob condição de anonimato.
“Esta transação conclui o processo de transformação do Novo Banco, realizado com o apoio dos seus stakeholders, tornando-o num dos bancos mais rentáveis da Europa, com um objetivo de rentabilidade sobre capital tangível (RoTE), de médio prazo, superior a 20%”, lê-se no comunicado.
Segundo o Novo Banco, “a decisão do acionista maioritário de avançar com uma venda direta ao BPCE representa uma oportunidade estratégica, posicionando o Novo Banco para integrar um dos maiores e mais sólidos grupos financeiros Europeus”, uma vez que o BPCE já “uma forte presença em Portugal através do centro de desenvolvimento tecnológico da Natixis, localizado no Porto”, como escreve o ECO.
Antes da assinatura deste memorando de entendimento, a Lone Star detinha uma participação de 75%, adquirida em 2017.