REVISTA DE IMPRENSA || Retorno, que agora poderá concretizar-se com a venda avaliada em 6,4 mil milhões de euros, não tem valores públicos definidos nem número de beneficiários confirmado
A venda do Novo Banco ao grupo francês BPCE poderá render ganhos financeiros à atual e antiga gestão da instituição, graças a uma estrutura de investimento indireto criada pela Lone Star em 2018, avança o Público.
Este mecanismo permitiu que administradores aplicassem poupanças pessoais num veículo ligado ao fundo norte-americano que detinha 75% do capital do banco português, simulando uma remuneração variável indexada à performance do Novo Banco.
O retorno, que agora poderá concretizar-se com a venda avaliada em 6,4 mil milhões de euros, não tem valores públicos definidos nem número de beneficiários confirmado. A estrutura, descrita nos relatórios do banco como “não relevante” e “sem impacto financeiro”, foi subscrita por membros do conselho de administração executivo, do conselho geral e de supervisão, e também por alguns trabalhadores, sempre com capitais próprios.
A Lone Star e o Novo Banco têm evitado prestar esclarecimentos adicionais, defendendo que não se trata de uma forma de remuneração. Apesar disso, o tema foi discutido na comissão parlamentar de inquérito ao banco em 2021 e gerou debate sobre a transparência e a ética da gestão. Com a venda prestes a ser formalizada, os investidores poderão agora recuperar os valores aplicados e obter lucros, com base no desempenho financeiro da instituição desde a reestruturação.