“Não há uma única solução ‘sem espinhas’” para o novo aeroporto, avisa Pedro Nuno Santos

Agência Lusa , CF
13 jul 2022, 14:29
O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na Assembleia da República, em Lisboa. António Pedro Santos/Lusa

Ministro das Infraestruturas, que está a ser ouvido no Parlamento, sobre os problemas nos aeroportos, devido às dezenas de cancelamentos, e não sobre a nova localização do aeroporto de Lisboa, sublinhou que "cada ano" em que nada se decide são "milhares de milhões de euros" perdidos

O ministro das Infraestruturas disse esta quarta-feira que “não há uma única solução ‘sem espinhas’” no que respeita à localização do novo aeroporto de Lisboa, já que todas têm vantagens e desvantagens.

“Não estou aqui a assumir nenhuma solução, o que estou aqui a dizer é que não há soluções ‘sem espinhas’, todas elas têm problemas, vantagens e desvantagens, que têm de estar em cima da mesa quando tomarmos uma decisão”, afirmou Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido no Parlamento, por requerimento do PSD, para esclarecimentos sobre os problemas nos aeroportos de Lisboa e do Porto.

O governante não assumiu uma preferência de localização, mas referiu que uma solução que implique a expansão do Aeroporto Humberto Delgado terá implicações sociais e ambientais e que uma solução dual que não implique essa expansão “tem maior limitação no tempo".

“Cada ano que demorarmos [a decidir], vamos estar a perder milhares de milhões de euros, num país que não é rico”, acrescentou o governante, salientando a “necessidade urgente” de aumentar a capacidade aeroportuária, para receber “os milhões de passageiros que querem procurar Portugal, caso contrário “é dinheiro perdido pelo país”.

Antes, Pedro Nuno Santos já tinha reiterado a “abertura total” do Governo para diálogo com o PSD, para decidir sobre a localização do aeroporto.

Já Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, instou o PSD a manifestar-se sobre a localização preferida para o aeroporto.

Por sua vez, Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, insistiu para que o ministro se pronunciasse sobre o destino dos terrenos da Portela, caso aquele aeroporto venha a ser desativado, tendo Pedro Nuno Santos defendido que esse é um tema “pobre” e que não é o debate que é necessário fazer no momento.

A audição de Pedro Nuno Santos acontece numa altura em que estão a ser cancelados vários voos, diariamente, nos aeroportos europeus, devido à falta de pessoal, greves e outros fatores externos agravantes, nomeadamente climáticos, relacionados com a covid-19 ou com imprevistos. Em Portugal, o Aeroporto Humberto Delgado tem sido especialmente afetado, com dezenas de cancelamentos diários na última semana.

Adicionalmente, no dia 29 de junho, o Ministério das Infraestruturas publicou um despacho que dava conta de que o Governo tinha decidido avançar com uma nova solução aeroportuária para Lisboa, que passava por avançar com o Montijo para estar em atividade no final de 2026 e Alcochete e, quando este estiver operacional, fechar o Aeroporto Humberto Delgado.

No entanto, no dia seguinte à sua publicação, o despacho foi revogado por ordem do primeiro-ministro, António Costa, levando Pedro Nuno Santos a assumir publicamente "erros de comunicação" com o Governo nas decisões que envolveram o futuro aeroporto da região de Lisboa.

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