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Miguel Sousa Tavares defende a proibição gradual das redes sociais: "Estão a dar cabo do nosso modo de vida"

CNN Portugal , MCC
23 out, 23:09

Comentador considera mesmo que "a nossa civilização está ameaçada"

O comentador da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal) considera que as redes sociais estão a “dar cabo do nosso modo de vida” e defende que a Europa deve começar a proibi-las gradualmente. Na sua rubrica 5.ª Coluna, Miguel Sousa Tavares acusa o fundador do Facebook de ter criado “um instrumento do imperialismo americano” e alerta que a civilização europeia está “a capitular” perante as grandes empresas tecnológicas.

“Não vou acusar o Mark Zuckerberg deste homicídio”, começa por dizer o comentador, referindo-se ao caso do jovem de 14 anos que matou a mãe em Vagos e que “perturbou o país inteiro”. Ainda assim, não poupou críticas ao criador do Facebook: “Acuso-o de muitas coisas. Através daquela redezinha que era só para pôr os colegas da universidade em contacto, ele está a dar cabo do nosso modo de vida.”

Para Miguel Sousa Tavares, as redes sociais “vinham para informar mais gente, mas servem para desinformar mais gente através da manipulação”. “Vinham para democratizar o debate e a única coisa que fazem é promover o insulto. Vinham para ajudar as pessoas a cultivarem-se mas promovem a ignorância”, afirma, classificando-as como “um perigo atual e iminente às nossas democracias”.

Miguel Sousa Tavares cita a jornalista e historiadora Anne Applebaum, sublinhando que “a Europa tem de se defender agora ou acontece o mesmo que aconteceu nos Estados Unidos”. “Nós somos o continente do Da Vinci, do Picasso, da civilização grega, o farol da luz no mundo, e temos de manter isso.”

Miguel Sousa Tavares critica ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, por ter “cedido em toda a linha” a Donald Trump no controlo das grandes empresas tecnológicas. “A Europa ia começar a controlá-las, a fiscalizá-las e a tributá-las. Tudo isso caiu por terra quando a desgraçada da von der Leyen capitulou.”

Apresentando dados sobre o uso de telemóvel em Portugal — “os portugueses passam em média dez horas por dia ao telemóvel” —, o comentador descreve a situação como “um nível de adição brutal”. “Estamos a criar uma geração de miúdos que não brinca, famílias disfuncionais e pequenos monstros”, diz, defendendo uma medida drástica: “Temos de começar, pouco a pouco, a proibir as redes sociais — dos mais novos até aos mais velhos. Enquanto não proibimos, temos de controlá-las. É a nossa civilização que está ameaçada.”

A propósito das eleições no Benfica, que se realizam este sábado, Miguel Sousa Tavares, portista assumido, confessa-se “espantado e assustado” com o processo eleitoral. “O Benfica é seis milhões de portugueses. O Porto é uma nação, o Benfica é o império”, afirma, com ironia.

O comentador critica o “blitz” eleitoral que, segundo diz, “parece não ter fim”. “Já fizemos legislativas, autárquicas e o Benfica continua sempre em campanha, com seis candidatos que prometem tudo e mais alguma coisa.”

Quanto às previsões, não hesita: “Ganha o João Noronha Lopes, obviamente.” E quando questionado sobre se acredita numa vitória à primeira volta, responde com humor: “É capaz.”

O comentador considera ainda que o negócio da privatização da ANA Aeroportos foi “o mais ruinoso que o Estado português alguma vez fez”.

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