Positividade já está acima do limite e existe uma "tendência crescente" em Portugal
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) alertaram para a necessidade de "reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras" em Portugal por causa da variante da covid-19 apelidada Omicron.
Esta mutação, refere o relatório das Linhas Vermelhas da pandemia, tem um "elevado número de mutações", temendo-se que possa ser mais contagiosa.
O aviso das autoridades de saúde surge numa altura em que se verifica uma "tendência fortemente crescente" da atividade pandémica no país, ainda que os impactos nos serviços de saúde e na mortalidade sejam "moderados", mas também com "tendência crescente".
Essa mesma tendência crescente leva a que Portugal esteja a aproximar-se dos limiares definidos, as tais Linhas Vermelhas. Ao ritmo atual, é esperado que o país atinja os 480 casos por 100 mil habitantes dentro de 15 dias, um número que foi definido como limite pelas autoridades de saúde portuguesas e europeias.
Também no limiar está a positividade dos testes, que há quase seis meses não era tão elevada.O limite de 4% de positividade foi ultrapassado, encontrando-se agora em 4,7%.
No mesmo relatório, DGS e INSA confirmam que ainda não foi detetada qualquer caso da variante Omicron.
As UCI registam atualmente uma taxa de ocupação de 40% do valor crítico definido de 255 camas, quando na semana passada a ocupação de camas em cuidados intensivos estava nos 28%.
Quanto ao índice de transmissibilidade (Rt), o relatório dá conta igualmente de uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,19) e em todas as regiões.
Nos últimos sete dias, 88% dos casos de infeção por covid-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação (na semana passada foi de 96%) e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 81% dos casos.