Nova Iorque espera chegada maciça de requerentes de asilo e pede ajuda

Agência Lusa , AM
19 dez 2022, 07:42
Nova Iorque

Presidente da Câmara de Nova Iorque diz que a cidade precisa agora de "ajuda urgente" das autoridades estaduais e federais, a quem acusou de ter "em grande parte ignorado" os pedidos de apoio feitos até ao momento

O presidente da Câmara de Nova Iorque pediu no domingo ajuda às autoridades federais para apoiar a chegada de requerentes de asilo à cidade na sequência do fim de uma política que expulsou milhões de migrantes.

Segundo Eric Adams, Nova Iorque prepara-se para receber "a partir de hoje [domingo]" um elevado número de autocarros vindos da fronteira e para que mais de mil requerentes de asilo, número acima do normal, cheguem à cidade todas as semanas.

Dezenas de milhares de pessoas acabaram este ano em Nova Iorque nesta situação, sendo a maioria venezuelanos e enviados em autocarros desde o Texas pelo governo do republicano Greg Abbott, que tomou esta decisão para assim partilhar as chegadas de fora e criticar as políticas de imigração da administração de Joe Biden.

"Já recebemos mais de 31 mil requerentes de asilo na nossa cidade e temos atualmente abertos 60 abrigos de emergência, quatro centros de apoio humanitário e dois centros de acolhimento. Colocámos milhares de crianças nas escolas e gastámos centenas de milhões de dólares dos contribuintes para vestir, alimentar, alojar e apoiar esta população em grande necessidade", disse Adams numa declaração.

Segundo o responsável, Nova Iorque precisa agora de "ajuda urgente" das autoridades estaduais e federais, a quem acusou de ter "em grande parte ignorado" os pedidos de apoio feitos até ao momento.

"O nosso sistema de acolhimento está cheio e estamos quase sem dinheiro, pessoal e espaço", insistiu o político democrata, que pediu a Washington possíveis planos para transferir os requerentes de asilo para outras cidades, para que possam trabalhar ou para "enviar ajuda para as cidades que suportaram o peso desta crise".

Os Estados Unidos preparam-se para o fim do Título 42, uma regra estabelecida pelo ex-presidente Donald Trump e sob a qual foram realizadas mais de 2,7 milhões de expulsões de migrantes.

Um juiz federal ordenou que o Governo cesse a partir de 21 de dezembro o uso da polémica norma sanitária a que Trump recorreu amparado pela pandemia de covid-19.

O fim desta regra deverá levar a um aumento do número de pessoas que chegam ao sul dos Estados Unidos na esperança de procurar refúgio no país.

O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla inglesa) já delineou a estratégia que irá seguir para lidar com um maior fluxo de imigrantes, mas disse que o sistema dos EUA "não está concebido" para lidar com os atuais números.

E.U.A.

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