Florence + The Machine trazem amor ao NOS Alive: "Olhem uns para os outros, digam à pessoa ao vosso lado que a amam"

8 jul 2022, 00:54

Calor, muito calor, no segundo dia de festival, mas o recinto no Passeio Marítimo de Algés foi ficando lotado a cada hora que passava independentemente das temperaturas que os termómetros marcavam

Descalça, de vestido vermelho e com uma energia inesgotável, Florence Welsh voou, esta quinta-feira à noite no palco principal do NOS Alive. O concerto marcou o regresso da banda a Portugal depois de seis anos sem pisar os palcos lusos e a cantora entregou-se de corpo e alma ao público que a esperava no Passeio Marítimo de Algés. 

Naquele que foi o primeiro dia de lotação esgotada (com 55 mil pessoas no recinto) e também o dia mais quente dos quatro dias de festival, a cantora natural de Camberwell, em Londres, mostrou-se feliz por estar de volta aos concertos.

O primeiro momento alto aconteceu quando começaram a soar os acordes de "Dog Days Are Over". "Mas já?", ouvia-se alguém perguntar na plateia. 

Como se respondesse à plateia, Florence Welch afirmou como "era bom estar de volta a Lisboa", aos concertos, aos braços do público, e soltou a voz antes de, subitamente, parar a música com um pedido.

"Agora, acompanhem-me. Guardem todos os telemóveis e olhem para a pessoa que está ao vosso lado. Olhem e peçam-lhe educadamente, elogiem-lhe o outfit, digam-lhe que estão apaixonados por ela, e peçam-lhe que guarde o telemóvel. Olhem uns para os outros, abracem-se e digam à pessoa ao vosso lado que a amam", pediu a vocalista da banda britânica.

E o público assim fez, abraçando-se e dançando junto no meio do relvado sintético, tão bem como o espaço lhe permitia, antes do novo pedido de Florence: "Agora, quando eu disser, saltem o mais alto que conseguirem". E o público saltou e saltou e saltou até o concerto acabar.

Maria, que comprou o bilhete esta sexta-feira de manhã, diz que a artista foi "realmente uma Machine" em palco, considerando ainda o ambiente que se viveu no espetáculo "mágico e místico".

"Gostei imenso, senti-me transformada, senti-me mesmo aceitada pela Florence, parte do seu cultozinho, achei muito mágico tudo. Foi incrível desde o cenário à roupa, à presença dela, ela foi incrível. O facto dela estar sempre com os fãs, deixa-me muito emocionada", afirma a jovem de Amarante a viver em Lisboa.

Dois encores depois, com os êxitos todos cantados em palco - "My Love", "Spectrum", "Never Let Me Go", "Shake It Of" -, mas também com músicas novas no alinhamento, como foi o caso de "Free", a cantora chegou mesmo a descer ao fosso que separa o palco da multidão para abraçar os fãs e dançar junto deles.

"We love you", diz Florence, já no final do concerto, antes de entoar "Rabbit Heart". A multidão no Passeio Marítimo de Algés responde de volta de mãos no ar, completamente entregue ao furacão que varreu o recinto nesta noite de verão.

Celeste, encantadora de espectadores

Cantar às 19.30 no palco principal do Nos Alive pode ser um presente envenenado. Por um lado, o espaço mais nobre do festival, por outro o horário em que a multidão em peso começa a chegar e ainda se está a fazer ao sítio. Por essa altura, era maior a agitação na passagem subterrânea de Algés do que no recinto do festival. Mas Celeste, voz e visual a lembrar Amy Winehouse esta quinta-feira, foi juntando em seu torno mais do que os fãs indefectíveis ou os que adoram “Stop this Flame”.

Celeste, 28 anos, manteve-os ao seu lado quando apresentou novas canções, “On with the show” e “What Happened to Her”, interpretadas junto ao público ou no topo de uma grade, com dezenas de telefones da apontarem na sua direção.

Uma hora depois, até corria uma ligeira brisa, bem-vinda numa tarde de quase 40 graus (e poucas sombras). E a audiência estava muito mais composta. E Jorja Smith subia ao palco, enquanto muitos dos festivaleiros aproveitavam para jantar ou descansar nas sombras.

Leia também: Hoje é "dia de Champions" no NOS Alive. Os Quatro e Meia, que afinal são seis, são as "mentes iluminadas" que decidiram atuar de fato

Três anos depois do primeiro concerto no festival de Algés, a cantora britânica teve a árdua tarefa de voltar a reunir o público em frente ao palco enquanto a noite caía. E conseguiu com uma performance segura, trazendo músicas quer do seu álbum de estreia "Lost & Found", quer do EP mais recente "Be Right Back".

"Be honest" foi a segunda música a soar no recinto, ainda a maior parte da multidão se encontrava sentada no relvado sintético em frente ao palco. E assim continuou enquanto foi soando "Wandering Romance", "Burn" e "Come Over". A cantora arriscou ainda numa cover de Amy Winehouse, que fez as delícias do público, e cantou "Stronger Than Me" antes de encerrar o concerto com "On My Mind".

"Na Jorja Smith, o ambiente estava brutal. A Jorja é um mulherão, está sempre bem, vibe ótima, gostei de tudo", conta Joana à CNN Portugal, enquanto aguarda para ver Alt-J, que encerra esta quinta-feira o palco principal do NOS Alive.

Esta quinta-feira, pelo festival, passaram também Dino D’Santiago, Seasick Steve, Batida com Branko, Fogo Fogo, Pedro Mafama, Rita Vian, Expresso Transatlântico, Herman José, Beatriz Gosta, Sara Correia, Soluna, Amaura e Jüra, entre muitos outros.

O 14.º NOS Alive começou na quarta-feira e estende-se até sábado, dia de atuação de Da Weasel.

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