As três horas de terror na Noruega. Há 11 anos, Breivik matou dezenas de jovens em Utoya

CNN
22 jul 2022, 08:00

Eis um olhar sobre os ataques terroristas na Noruega a 22 de julho de 2011. Oito pessoas morreram num ataque à bomba em Oslo e outras 69 morreram na ilha vizinha de Utoya. Este foi o ataque mais mortal na Noruega desde a Segunda Guerra Mundial.

O autor

Anders Behring Breivik

Norueguês

Sem treino ou historial militar.

Descrito como um extremista cristão de direita com ódio aos muçulmanos.

Alegadamente escreveu um manifesto de 1500 páginas chamado “2083: Uma Declaração Europeia de Independência”, criticando a imigração muçulmana e o liberalismo europeu.

Registou uma quinta em Rena, na zona leste da Noruega, o que lhe permitiu ter acesso a grandes quantidades de fertilizantes.

Outros factos

As pessoas mortas na ilha de Utoya participavam num acampamento juvenil do Partido Trabalhista. A maioria dos 700 campistas tinha entre 16 e 22 anos, sendo que alguns tinham apenas 13 anos.

A Noruega não tem pena de morte.

Cronologia

22 de julho de 2011

- Por volta das 15h26, uma bomba feita com fertilizantes explode no exterior do edifício onde se situa o gabinete do primeiro-ministro Jens Stoltenberg. Oito pessoas morrem no ataque.

- Após o ataque, Breivik faz uma curta viagem de ferry até à ilha de Utoya, a cerca de 32 quilómetros de Oslo.

- Breivik, vestido com uma farda da Polícia, dispara contra os jovens num acampamento juvenil do Partido Trabalhista. Ele percorre os terrenos da ilha, matando os campistas que tentavam fugir.

- Por volta das 18h27, Breivik é detido por membros de uma unidade de elite da Polícia norueguesa.

25 de julho de 2011

- Breivik comparece pela primeira vez em tribunal, numa audiência à porta fechada.

- O pedido que faz para usar uma farda em tribunal é negado.

- Durante a audiência, impedem-no de ler partes do seu manifesto.

- Breivik afirma estar a trabalhar com duas outras células de terroristas.

- São nomeados para o caso dois psiquiatras do tribunal.

- O tribunal decide mantê-lo detido durante oito semanas até à próxima audiência. As primeiras quatro semanas serão em confinamento solitário. Ele não poderá contactar com ninguém à exceção do advogado. Também não lhe será permitido receber correio ou ver as notícias.

19 de agosto de 2011

- As famílias das vítimas visitam a ilha de Utoya.

19 de agosto de 2011

- Um juiz determina que Breivik deve ser mantido em confinamento solitário durante mais quatro semanas.

19 de setembro de 2011

- Um juiz determina que Breivik permanecerá em confinamento solitário durante outras quatro semanas.

14 de novembro de 2011

- Mais de 500 pessoas assistem à primeira audiência de Breivik aberta ao público. Breivik não é autorizado a ler um discurso que preparou e o juiz ordena que ele seja detido durante mais 12 semanas.

29 de novembro de 2011

- Os psiquiatras consideraram-no paranoico e esquizofrénico. Dizem que sofre de “delírios de grandeza”.

13 de janeiro de 2012

- A juíza Wenche Elizabeth Arntzen anuncia que o tribunal quer uma segunda opinião psiquiátrica relativamente à saúde mental de Breivik.

10 de fevereiro de 2012

- Um tribunal norueguês ordena que Breivik seja submetido a uma vigilância psiquiátrica enquanto os especialistas tentam determinar o seu estado mental antes do julgamento.

7 de março de 2012

- Breivik é formalmente acusado de cometer atos de terrorismo e de homicídio.

10 de abril de 2012

- Dois especialistas psiquiátricos divulgam as suas conclusões, que o tribunal usa para considerar que Breivik estava mentalmente são no momento dos crimes. As conclusões dos especialistas afirmam que, enquanto cometeu os crimes, Breivik não estava psicótico, não sofria de nenhuma condição psiquiátrica e não tinha incapacidades mentais.

16 de abril de 2012

- O julgamento começa.

21 de junho de 2012

- Um porta-voz do Ministério Público norueguês confirma que os promotores pediram que Breivik fosse transferido para uma instituição psiquiátrica, pois acreditam que ele está doente.

22 de junho de 2012

- No último dia do julgamento, Breivik dirige-se ao tribunal e descreve as suas ações como “bárbaras”.

13 de agosto de 2012

- Um relatório independente conclui que o ataque terrorista poderia ter sido evitado. O relatório cita tempos de reação lentos por parte da Polícia e das forças de segurança, a falta de pessoal e falhas na liderança.

24 de agosto de 2012

- Breivik é avaliado como mentalmente são e é condenado a 21 anos de prisão. Vinte e um anos é a pena máxima possível, mas pode ser alargada se ele ainda for considerado uma ameaça à sociedade.

15 de março de 2016

- Breivik aparece no primeiro dia do processo que submete contra o Estado norueguês, alegando que os seus direitos humanos foram violados durante a prisão.

20 de abril de 2016

- Breivik ganha parte do processo contra o Estado por causa do confinamento solitário na prisão. O tribunal distrital de Oslo anuncia que a forma como Breivik foi tratado na prisão viola o Artigo 3 da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, que proíbe “tratamentos desumanos ou degradantes”, e determina que as condições de detenção dele devem ser aliviadas.

1 de março de 2017

- Um tribunal de recurso anula a decisão do tribunal de primeira instância de que as condições de prisão de Breivik foram desumanas.

8 de junho de 2017

- O Supremo Tribunal da Noruega diz que não ouvirá o caso de Breivik sobre as condições da sua detenção.

9 de junho de 2017

- O advogado de Breivik confirma que Breivik mudou legalmente de nome para Fjotolf Hansen.

21 de junho de 2018

- O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos rejeita o recurso de Breivik de que as condições na prisão, em grande parte na solitária, são uma violação dos seus direitos humanos. A decisão é final, diz o tribunal.

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