Nicolás Maduro acusa opositora de fazer "pacto satânico" com Elon Musk

CNN Portugal , PF; com Lusa
29 ago, 19:55
Nicolas Maduro anuncia recandidatura presidencial (AP)

Governo venezuelano está em guerra aberta com a rede social X. No início de agosto, Maduro ordenou a suspensão da plataforma no país durante dez dias

O presidente venezuelano Nicolás Maduro voltou à carga sobre a oposição e o magnata Elon Musk. Desta vez, o governante acusou María Corina Machado, a principal opositora do regime, de fazer um “pacto satânico” com o dono da rede social X.

“Ela (Machado) sabe que faz parte de um círculo, de um pacto satânico (…) e um dos membros do pacto satânico é Elon Musk. Ela pensa que está acima da lei e da Constituição, pensa que só com o apoio do império americano é suficiente”, disse Maduro, citado pelo jornal espanhol El País, durante um comício que assinalava um mês da proclamada vitória nas eleições presidenciais.

O líder venezuelano dirigiu também palavras para Musk. “Trinta dias, onde está Elon Musk? O povo venezuelano derrubou Elon Musk e os satanistas”, afirmou, responsabilizando o dono do X e Machado por um apagão energético parcial na tarde de terça-feira.

O governo venezuelano está em guerra aberta com a plataforma. No início de agosto, Maduro ordenou a suspensão do X no país durante dez dias.

Edmundo González, o principal rival de Maduro nas eleições, foi por sua vez acusado de querer fugir do país. “Ele está escondido. Hoje faz um mês que ele se escondeu, não dá a cara. Está a dormir num sítio em Altamira (bairro de Caracas) e está a preparar a sua fuga.”

O Supremo Tribunal da Venezuela considerou a 22 de agosto válidos os resultados das eleições presidenciais no país divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que ditaram a reeleição de Nicolás Maduro, rejeitada pela oposição e parte da comunidade internacional, que alegam fraude.

A Câmara Eleitoral do TSJ certificou “sem objeções” os resultados do CNE e, assim, considerou Maduro como presidente eleito da Venezuela para o período 2025-2031, apesar das acusações de fraude feitas pela oposição, que exigiu a divulgação das atas.

A decisão foi tomada em resposta a um pedido de Maduro para rever os totais de votos, depois de a oposição ter publicado registos de votação online de 80% das cabines de voto, mostrando que o candidato da oposição Edmundo González ganhou por uma margem de mais de 2 para 1.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque” de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de 2.200 detenções, 25 mortos e 192 feridos.

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