"Dama da Lava Jato” presa no Ritz por ligação ao tráfico

19 abr 2022, 17:20

Há um ano, quando ocorreu a apreensão de droga a bordo do avião que tinha destino a Tires, Cascais, durante uma escala em Salvador da Baía, a TVI noticiou as suspeitas de envolvimento de Nelma Kodama. Era esta mulher quem, antes de João Loureiro, estava a intermediar o negócio da venda da empresa de aviação OMNI a investidores brasileiros, nomeadamente Rowles Magalhães

Nelma Kodama, conhecida como a “Dama da Lava Jato” e perita em branqueamento de capitais, uma das primeiras detidas do megaprocesso brasileiro e depois libertada por ser a grande delatora do caso, foi presa hoje de manhã pela Polícia Judiciária, no Hotel Ritz, em Lisboa, por ligações à rede de tráfico internacional de droga responsável pelos 595 quilos de cocaína a bordo do avião que transportou o antigo presidente do Boavista, João Loureiro. 

É uma das duas detidas em Portugal por ligações a este caso, enquanto no Brasil a Polícia Federal deteve sete pessoas.
 
Há um ano, quando ocorreu a apreensão de droga a bordo do avião que tinha destino a Tires, Cascais, durante uma escala em Salvador da Baía, a TVI noticiou as suspeitas de envolvimento de Nelma Kodama. Era esta mulher quem, antes de João Loureiro, estava a intermediar o negócio da venda da empresa de aviação OMNI a investidores brasileiros, nomeadamente Rowles Magalhães. Em 2019, a "dama do Lava Jato" passou por Portugal com o advogado brasileiro, numa viagem romântica à Europa. 

A PJ acompanhou esses movimentos no âmbito de uma investigação por tráfico internacional de droga. Ao mesmo tempo, o Ministério Público Federal quis saber quem pagou a viagem. Nelma Kolama disse que tinha sido o namorado.

As suspeitas apontavam para que o objetivo de compra da OMNI – empresa que detém o avião que transportava os 595 quilos apreendidos – passasse por ter mais aeronaves para o transporte de droga sob a fachada de transporte de passageiros.  
 
Nelma é considerada uma especialista em fenómenos de branqueamento de capitais e esteve na origem do processo Lava Jato. Já publicou um livro sobre o tempo que passou na cadeia e tornou-se polémica depois de publicar imagens nas redes sociais onde mostra a pulseira eletrónica com roupas e sapatos das mais caras e luxuosas marcas de vestuário e calçado.
 
Entretanto, Kodama terá passado a pasta da intermediação do negócio da compra da empresa de jatos privados a João Loureiro.

O antigo presidente do Boavista justificou a viagem a São Paulo para uma entrevista de emprego na área da consultoria. Foi despistada qualquer ligação de Loureiro à rede de traficantes.

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