Ciclone Gombe provoca estragos por calcular na região mais populosa de Moçambique

Agência Lusa , PF
11 mar 2022, 12:38
Tempestade ANA atinge milhares em Moçambique (AP)

O bairro de Mutotope, em Nampula, é um dos que apresenta sinais estragos desde as primeiras horas da manhã, mas também mais perto do centro da cidade, no bairro de Muhala-Expansão

Os habitantes de Mutotope, nos arredores de Nampula, norte de Moçambique, província mais populosa do país, acordaram esta sexta-feira com o bairro cortado ao meio com uma corrente de água alimentada pelo ciclone Gombe.

Algumas casas de material tradicional desabaram com a força da chuva e do vento que começou a soprar de madrugada e que ainda não deu sinais de amainar, segundo relatam os residentes à Lusa, enquanto tentam vencer as águas que ocupam os habituais caminhos pedonais.

Vários campos de cultivo vergam-se perante as rajadas de vento e há zonas inundadas.

O bairro de Mutotope é um dos que apresenta sinais estragos desde as primeiras horas da manhã, mas também mais perto do centro de Nampula, no bairro de Muhala-Expansão, o espaço aberto que costuma ser ocupado por vendedores está hoje deserto e inundado.

Ainda assim, teme-se que os maiores estragos provocados pelo ciclone Gombe estejam nas zonas costeiras, onde a tempestade chegou a terra com maior intensidade durante a escuridão da madrugada, entre as povoações de Mogincual e Terrene, 50 quilómetros a sul da Ilha de Moçambique.

"Os distritos ficaram incontactáveis" e as equipas da proteção civil ainda não podem avançar para o terreno por falta de condições de segurança, uma vez que o ciclone continua ativo, referiu fonte oficial do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe).

"O fenómeno continua a fustigar os distritos, não há energia, não há comunicações via telefone e é isso que está a dificultar a informação sobre o real impacto" da tempestade, acrescentou.

As equipas do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) estão prontas a aguardar "orientações do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de que podem ir para o terreno".

A tempestade Gombe chegou à costa moçambicana pelas 03:00 (01:00 em Lisboa) na categoria de ciclone intenso com chuva torrencial e vento de 165 quilómetros por hora, com rajadas superiores a 200, anunciou o centro meteorológico francês da ilha de Reunião.

A zona continua sob chuva e vento ciclónicos à medida que a tempestade avança em direção a Nampula, capital provincial, 150 quilómetros para o interior.

A tempestade Gombe atinge Moçambique dois anos depois de os ciclones Idai e Kenneth terem fustigado, respetivamente, as regiões centro e norte do país naquela que foi uma das mais severas épocas chuvosas de que há memória.

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