Dezenas de artefactos antigos que investigadores acreditam que foram saqueados foram apreendidos do Museu Metropolitano de Arte (MET) de Nova Iorque, segundo a Procuradoria do Distrito de Manhattan.
O departamento apreendeu 27 artefactos do MET com recurso a três mandados de busca. Serão repatriados para os seus países de origem, disse o porta-voz do procurador distrital, Alvin Bragg à CNN.
“Temos duas cerimónias de repatriamento na próxima semana, uma com a Itália e outra com o Egipto”, disse o porta-voz à CNN. “58 objetos irão regressar a Itália, 21 são do Museu Metropolitano de Arte. E 16 para o Egipto, sendo seis deles do MET”.
O escritório de Bragg não especificou de onde os outros artefactos foram apreendidos, nem os descreveu.
“Não é segredo nenhum para os colecionadores, museus de arte e casas de leilões que podem estar na posse de peças que foram saqueadas ilegalmente por traficantes conhecidos”, disse Bragg. “As investigações realizadas pelo meu gabinete denunciaram estas redes de tráfico e partilharam um manancial de informação, que o mundo da arte pode utilizar de forma proativa para devolver as antiguidades ao lugar a que elas pertencem por direito."
“As nossas investigações, que levaram à repatriação de quase 2.000 objetos, vão continuar”, acrescentou.
A CNN contactou o Museu Metropolitano de Arte para obter alguns comentários.
O esforço para devolver artefactos culturais aos seus países de origem, após terem sido vendidos ilegalmente a colecionadores privados ou museus, tem sido contínuo. Em agosto, as autoridades de Nova Iorque devolveram 30 antiguidades ao Cambodja, incluindo uma “obra-prima” escultórica Khmer do século X.
As autoridades também devolveram antiguidades roubadas no valor de quase 14 milhões de dólares à Itália em julho, incluindo dezenas de artefactos apreendidos do bilionário americano Michael Steinhardt.
Em 2021, o MET devolveu à Nigéria três objetos de arte africanos, incluindo um par de placas de latão do século XVI de Benim. Esta mudança deu-se após os museus europeus terem começado a devolver arte africana roubada aos seus países de origem, na sequência de uma pressão crescente para devolver os artefactos insubstituíveis que foram saqueados durante a época colonial.