Tony Travers: "A Câmara dos Comuns eleita pode acabar com a monarquia amanhã, mas escolhe não o fazer"

Lina Santos , enviada especial a Londres
17 set 2022, 20:37
Tony Travers

Uma longa fila de 24 horas mostra uma monarquia sólida, mas por que razão resiste no século XXI? Em parte porque não existe uma constituição escrita, mas também pela omnipresença de Isabel II. As explicações de Tony Travers, professor da London School of Economics; onde leciona uma cadeira intitulada Britsh Government

Tony Travers, em entrevista à CNN Portugal, fala sobre o sucesso da rainha como monarca, os desafios do rei Carlos III, a trégua com Harry e Meghan e essa raridade que é um país sem constituição escrita.

"The Queen is dead, long live the king". Qual é o verdadeiro impacto desta mudança?
Não há dúvida que este é um extraordinário momento para o Reino Unido e para as suas disposições constitucionais. Vale a pena lembrar que o Reino Unido é um de apenas três países que não possui uma constituição escrita. E nunca tinha acontecido mudar o monarca chefe de Estado e a chefe do governo na mesma semana. Nunca tão próximo. E quando estas coisas acontecem - até mesmo em países que têm uma constituição escrita, como é o caso de Portugal - nada funcionaria se não fosse o acordo coletivo das pessoas, ainda que sem uma Constituição escrita. Portanto, penso que com este pano de fundo, a acrescentar à natureza triste da morte da rainha após 70 anos, a chegada de um rei e não de uma rainha como chefe de estado, dará uma oportunidade aos britânicos de pensar na relação entre a monarquia e governo, entre parlamento e o governo executivo, os tribunais e todas as partes de uma constituição. 

A monarquia como regime está em risco? Ou, pelo menos, em debate?
Existe um pequeno movimento republicano no Reino Unido. Está sempre lá. Penso que a longa vida e a popularidade pessoal da rainha tornaram virtualmente impossível para os republicanos dizer grande coisa. Não é que não pudessem dizer o que queriam, mas nunca foram muito longe. É verdade que com a chegada de um novo monarca, que terá de construir a sua reputação, dará aos republicanos o que eles podem ver como uma oportunidade, mas - e faço um grande parêntesis aqui - é fácil ver as monarquias constitucionais hereditárias como sendo um dom de deus ou de algum processo místico, no passado. Mas, na realidade, o Parlamento britânico, em várias ocasiões no passado, escolheu o rei. Em 1660, a seguir à guerra civil inglesa, o Parlamento decidiu convidar Charles II, filho de Carlos I, que foi executado. Em 1680, decidiram livrar-se de um monarca católico, James II, e substituí-lo pela filha e pelo marido, William of Orange. E depois, em 1714, quando a rainha Anne morreu, decidiram substituí-la pelo Eleitor de Hanover, um parente distante. O que quero dizer é que até certo ponto a monarquia só existe porque o parlamento a permite. A Câmara dos Comuns eleita pode acabar com a monarquia amanhã, mas escolhe não o fazer e, portanto, por implicação, a monarquia tem o apoio de parte do governo. 

Essa é uma grande volta.
Claro que é, mas num certo sentido, como não existe uma constituição escrita, muito do que acontece apenas acontece porque tem o apoio de 67 milhões de pessoas ou da maioria delas de que as coisas devem ser como são. Como digo, a Câmara dos Comuns pode escolher mudar o chefe de Estado amanhã, mas não o faz. Há uma aceitação implícita, portanto não existe a falta de apoio democrático que pode parecer à primeira vista. 

Acha que o país tira partido do facto de ter uma monarquia? Além da estabilidade que traz, é uma marca do país como a torre Eiffel, em França.
A monarquia desempenha muitos papéis. Por um lado, ter um chefe de Estado que não é o chefe do governo, o que pode ser feito de outras formas, mas esta é a forma como é feito aqui. Mas, claro, a evolução das monarquias inglesa e escocesa inclui elementos de chefe de Estado, mas tem elementos de uma família real internacionalmente entendida que, seja por que razões for, se adapta, ou tem-se adaptado, à cultura de celebridade. É efetivamente parte dela. E, nitidamente, o turismo no Reino Unido beneficia dela. Claro que estas coisas são mais difíceis de dizer quando a rainha acaba de morrer, mas são, ainda assim, verdade e seria ingénuo fazer de conta que não é assim. 

Com todo o cerimonial em torno da rainha, certamente mais pessoas estão interessadas no país, visitá-lo.
Mesmo países com presidentes têm um certo cerimonial. Quase todos os países o têm de certa forma. Veja-se o caso de Emmanuel Macron. A presidência da França herdou um certo cerimonial da monarquia, aliás, talvez muito. Mas todos os países têm de ter um certo grau de ritual e cerimónia, nas tomadas de posse. Nos Estados Unidos fazem-no à sua maneira, mas menos do que no Reino Unido; a França estará entre os dois. O que acontece com a família real é que herdou algumas e inventou outras atividades cerimoniais - as palavras, soldados, procissões, que provavelmente estão mais desenvolvidas no Reino Unido do que em outros países. Mas todos os países as têm. A tomada de posse de um chefe de Estado tem de ser feita com uma certa cerimónia para que as pessoas a entendam. Até as ditaduras a têm. 

Dizia que teríamos de ver como é que o rei Carlos III vai ser, mas ele tem 73 anos e tem estado na esfera pública desde que nasceu. Já sabemos que pessoa é e não parece muito popular.
Não há qualquer dúvida de que a rainha, como chefe de Estado, era incrivelmente popular e, como tem sido dito, a maioria dos britânicos só conheceu um chefe de Estado e um herdeiro ao trono. E em parte porque a rainha era incrivelmente popular, pela sua capacidade única de fazer o seu trabalho que até os republicanos tinham dificuldade em criticar. As sondagens mostram que o rei Carlos é menos popular, embora, nos últimos dias, se tenha tornado mais popular de acordo com as mesmas sondagens. Mas terá de criar a sua própria reputação como monarca, porque embora tenha estado nas vida das pessoas a maior parte das suas vidas, este papel é particularmente difícil. E se olharmos os antecessores, o filho da rainha Victoria, Edward VII, que se tornou rei em 1901, ele também teve uma longa vida como príncipe de Gales e era conhecido por gostar da vida social. Era visto como muito diferente da rainha Victoria e ela própria mudou após a morte do rei Alberto, ficou de luto e desapareceu da vida pública e isso levou ao crescente interesse no republicanismo. Ela depois voltou no fim do seu reinado, no final do século XIX, e tornou-se muito popular de novo. Portanto, o rei Carlos também terá de construir a sua reputação como monarca que não será a mesma da rainha. Mas o pai da rainha, George VI, foi um rei muito popular durante a guerra e não esperava ser rei e construiu essa reputação, portanto, podendo parecer estranho dizê-lo, o rei como um presidente tem de construir uma reputação no cargo, independentemente do que já sabemos sobre ele.

No entanto, deste rei conhecemos muitas posições. É sabido o que pensa sobre alterações climáticas, em que teve razão antes do tempo. Porém, não é percecionado como alguém adorável, simpático - tudo aquilo que se elogia na rainha e que parece ser muito importante.
Vamos começar pela rainha. Em certo sentido, ela relaxou com a idade, ficou menos formal, em parte porque a sociedade e os tempos avançaram. Até a forma como a rainha falava mudou. Ela tinha um sotaque completamente diferente em 1952 do que tinha em 2022. Aconteceu a muitas pessoas, soam menos formais. Avançou com os tempos e era popular em parte por ser muito boa. Para as pessoas mais velhas era a lembrança do período difícil que viveram nos anos 50, e era mais popular entre os velhos do que entre gerações mais novas. 

Já o rei Carlos tem uma ‘persona’ que se pode dizer que é menos descontraída do que a da rainha. Embora, curiosamente, quando chegou ao Palácio de Buckingham, na sexta-feira, após a morte da mãe, o carro parou e ele fez aquele passeio digno de primeiros-ministros que sabem lidar com multidões. Foi muito bem feito e podia ver-se a multidão ser afável com ele. Mas, mais uma vez, como para todas as pessoas na vida pública, elas têm de pensar bem como projetam a sua personalidade através da rádio, televisão, jornalismo escrito, tiktok, o que for. Nesse sentido, não nos podemos esquecer que estão embebidos da cultura contemporânea da celebridade além de ser um monarca constitucional. 

Falemos do ‘pengate’: isto acontece porque o rei é mais aberto aos meios de comunicação do que era a rainha. Possivelmente, com Isabel II, este episódio não seria gravado.
Certamente, a proclamação, onde um dos incidentes aconteceu, não teria sido gravada. Parece ser que o rei Carlos quer estar mais aberto ao olhar público. A rainha sabia que era necessário ser percepcionada pelos outros e ao mesmo tempo manter um certo misticismo, o que é um equilíbrio muito difícil. Portanto, para sermos justos com o rei, a última semana foi um desafio extraordinário porque, por um lado, a mãe morreu, e eles eram claramente próximos, o que afetou a família como afetaria muitas famílias. Por outro lado, ele tem imediatamente de ser rei. Olhar para a frente e ao mesmo olhar para trás. Portanto, o episódio da caneta será desculpável se for apenas uma daquelas coisas que acontecem. 

A outra coisa a dizer sobre a monarquia, tanto sobre o Carlos como sobre a mãe, é que eles são omnipresentes por todo o Reino Unido. Se for ao google e escrever "rainha", "visitas" e qualquer sítio do país, ela esteve lá. Locais que nunca viram um membro do governo em 20, 30 anos e possivelmente nunca vão ver, viram a rainha e vão ver Carlos. O que a família real conseguiu foi estar presente por todo o Reino Unido de modo que os políticos permitiram que algumas partes do Reino Unido ficassem para trás - foram parte do voto no Brexit e não estavam a sair-se bem economicamente. Os políticos falharam-lhes, mas a família real não deixou de ir a vilas e cidades onde tinham perdido a indústria. Pelo contrário, estavam sempre lá. 

Se a rainha vai, importa. Nem que seja apenas um dia.
A rainha conseguiu criar a ideia de que é tão escocesa quanto inglesa. Era nitidamente uma pessoa do campo, e, no entanto, tinha um palácio numa grande cidade e era associada com Londres, e conseguiu visitar todas as vilas, cidades e condados do país regularmente. Um presidente faria isso, mas com sorte sobrevive 8 anos, ela fê-lo durante 70. Existem constrangimentos no Reino Unido - os escoceses podem querer votar um segundo referendo para sair, a Irlanda e a Irlanda do Norte e o famoso protocolo de saída do Brexit - e os políticos do Reino Unido puseram uma parte do país contra a outra parte, uma coisa que a família real nunca faria, porque são para todos. Veja-se o que aconteceu na última semana. Foram a todo o lado:  diferentes membros da família foram a Manchester, Birmingham, Gales, Norfolk… Garantiram que não deixavam parte do país para trás.

Existem, porém, alguns assuntos difíceis em torno da família, os que estão relacionados com as suas vidas pessoais, como caso que envolve o príncipe Andrew e que paira como um fantasma. 
Algumas coisas são fáceis, como membros mais velhos da família real que estão em fundo e que tiveram mais visibilidade esta semana, mas sobre o papel do príncipe Andrew na família real o rei Carlos já mostrou ter visões claras sobre isso enquanto a mãe estava viva: ser mantido fora do olhar público.

O que é impossível neste momento.
É impossível porque ele pareceria uma pessoa sem coração. Separadamente, temos Harry e Meghan. Carlos, no seu discurso, parece ter lançado um ramo da paz, falando deles. O que também pode ser lido ao contrário, porque fala da vida deles em outro país. A família real, no entanto, o rei e a rainha consorte, não nos podemos esquecer dela, vão tentar que este período de luto seja uma oportunidade para um recomeço nessa relação. O livro que ia publicar será adiado? Há especulação na imprensa britânica se estamos perante uma oportunidade para criar uma relação diferente com Harry e Meghan na América comparada com aquela que mantiveram até agora. 

De certa forma, o facto de se terem rebelado e viverem na América parece torná-los populares, o que não parece ser mau de todo a julgar pela maneira como os tratam na imprensa americana.
Isto não é assim tão diferente do desafio enfrentado após a abdicação de 1936, em que também foi preciso tomar decisões dolorosas. Por exemplo, onde é que os funerais se deviam realizar? Quem deveria estar presente? Quem deveria ser convidado? A monarquia enfrentou desafios semelhantes no passado, pois tem de os viver em tempo real. Têm sabido sobreviver. E se olharmos para o pano de fundo do país contemporâneo contra o país da rainha Victoria em 1901, quando ela morreu, o nosso entendimento das famílias, casamentos que se desfazem e como o sexo funciona, como as pessoas se relacionam umas com as outras e como falam, as pessoas são muito mais descontraídas e, podemos dizer, todas as famílias têm problemas. 

Quando falamos da abdicação do duque de Windsor, pode realmente dizer-se que ele abdicou para se casar com uma mulher divorciada ou era instável e ninguém se preocupou em arranjar uma solução, como aconteceu em inúmeras situações do passado. 
Soa realmente estranho pelos padrões de hoje mas foi mesmo assim. A Grã-Bretanha foi um país muito conservador e repressivo até tão recentemente como os anos 60. Foram necessárias mudanças radicais na legislação para se tornar, com outros países europeus, neste farol do liberalismo, liberdade e vivermos como queremos. Mas nos anos 30, os políticos e particularmente o primeiro-ministro, Stanley Baldwin, conservador, não aceitava a ideia de um rei casado com uma divorciada. Esta foi a razão. 

As visões dele não eram tão distantes da política como alguns gostariam e é um período muito difícil na Europa, alguns poderiam mesmo achar que outro chefe de Estado seria melhor, mas foi a religião. Claro que há um ponto no que diz: Henrique VIII cortou com a Igreja Católica porque se queria divorciar. Queria livrar-se do Papa por razões pragmáticas. E isso era possível nessa altura, mas nos anos 30 a monarquia já tinha evoluído para quase o que é hoje e, para sermos justos com Baldwin, que não era especialmente conservador, ele estava a ler a opinião pública. Basta ver a maneira como eram tratadas as crianças nascidas fora do casamento. 

Portugal decretou três dias de luto nacional pela rainha, o que está a ser polémico. 
A morte da rainha tem interesse em todos os países. Tenho mantido conversas com jornalistas de vários países com monarquias hereditárias. O sucesso ou insucesso da Casa de Windsor terá implicações nas suas monarquias e até mesmo no Canadá, onde já estive e existe uma grande vontade de viver com a monarquia, devido às pressões internas entre a população nativa, o Quebec, o este contra o oeste… E um monarca distante que aparece nas notas e em que tudo é feito em seu nome, mas que é radicalmente distinto do que acontece na Austrália ou Nova Zelândia. O que é outro assunto. 

A relação com a Commonwealth parece ser um tema difícil de abordar.
A morte da rainha e a ascensão do novo rei podem acelerar alguns países que já estavam a caminho da porta para deixar a monarquia. Mas é uma coisa que já vem acontecendo há anos. 

E que vai acontecer. 
Um pouco, mas não em todo o lado. A Austrália e a Nova Zelândia têm problemas até para tirar a Union Flag da sua bandeira. É mais simples deixar o monarca do Reino Unido por razões da história colonial mas é muito mais difícil encontrar alternativa e uma das razões tem que ver com o que o dizia no início: existe com a anuência do governo eleito. Mudar para um presidente significa dar-lhe poder, muito mais poder, para desafiar o governo. Veja-se Itália, onde o presidente, nas últimas semanas, tem usado a sua autoridade no cargo. A rainha, e agora o rei, não vão intervir na política do dia a dia. E essa é outra razão por que sobrevivem. São uma ameaça menor. Não termos constituição é esquisito, termos uma Câmara de Lordes que não é eleita é estranho, ter uma monarquia é pouco usual, mas funciona.

Não se começaria um país assim agora, mas o último grande recomeço do país foi em 1660, antes do Iluminismo, e é por isso que a Coroa ainda existe, ainda que com os vários poderes separados, que operam para a Coroa - separados dela, mas para ela, o que traz alguns benefícios. As Forças Armadas são leais à Coroa, não ao governo, o que é uma importante distinção, criando um certo distanciamento. Serve-se a coroa, não o governo. 

Porque a coroa é mais do que um chefe de Estado.
Não se é um funcionário de Liz Truss, mas do rei Carlos, alguém que não tem realmente poder, o que provavelmente cria uma distância saudável entre várias agências que consideram responsáveis perante uma autoridade que transcende a política do dia a dia. 

Fica assim justificada a fila de 24 horas para prestar um último tributo à rainha Isabel II?
As pessoas veem na monarquia, e em particular na rainha Isabel II, uma certa representação das suas esperanças, aspirações para elas mesmas e para o país  de uma forma que é difícil de explicar para alguns de nós, mas que existe em todos os países. Todos os países têm um bom patriotismo. É bom apoiar a seleção nacional a não ser que derive em nacionalismo ou no pior populismo. Ser patrótico tem de incluir o entendimento de que outros países têm a sua forma de patriotismo.

Para a maioria das pessoas não se trata apenas do país onde vivem, mas sim de ter orgulho no país, região ou cidade onde vivem, o que torna a democracia melhor, porque as pessoas querem que o seu sítio seja bom e bem governado. Veja-se a Suécia agora, que obteve resultados nas eleições muito diferentes do habitual e complicadas por motivos internos. O rei dá um sentido transcendente de longo prazo, um patriotismo soft ou identidade soft. A rainha, definitivamente, era muito boa nisso. Visitou muitos países, as pessoas sabiam que ela representava o país e não era culpada por nada do que o governo decidisse. 

Pode alegar-se que ela poderia ter feito alguma intervenção no período do Brexit. 
Se o fizesse teria estragado tudo, teria tido intervenção numa escolha democrática. Embora se diga que o fez no caso de referendo escocês no domingo antes do voto. Perguntaram-lhe o que pensava do referendo e ela respondeu: “Espero que as pessoas pensem cuidadosamente quando votarem”. O que pode ser entendido de forma política, ou não. 

Os discursos proferidos pela rainha eram muito bons. 

Ela também entendia os enormes benefícios da brevidade. Fui à abertura da Tate Modern, que ela inaugurou. Outra vez! Já a tinha inaugurado quando era uma estação de energia. E fez o discurso mais curto que já ouvi: “I now declare the Tate Modern Gallery open” (Eu declaro a galeria Tate Modern aberta).

Pensemos no discurso que faz aos 21 anos: “Declaro perante vós que toda a minha, longa ou breve, será devotada ao vosso serviço…”

Comparado com o Carlos que tem 73 anos... E não é só isso: ela só soube em 1936 que ia ser rainha. Mas, veja-se este facto: como o duque de Windsor e Wallis Simpson nunca tiveram filhos, quando ele morreu, em 1972, teria sido rainha. Ainda assim teria reinado durante 50 anos e celebrado o jubileu de ouro. 

 

 

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados